Havia passado pouco tempo ainda desde a obtenção do
título tão esperado de Campeão Nacional em junho de 1978 obtido pelo FC Porto,
passados tantos anos desde o anterior de 1959. Campeonato ganho pelo FC Porto por
melhor diferença de golos, após despique acirrado com o Benfica, incluindo
empates nos dois confrontos entre a equipa azul e branca e a encarnada do clube
rival de Lisboa. Tendo ficado um sabor algo insosso com o empate verificado nas
Antas, no jogo decisivo a duas jornadas do fim da prova, embora o empate verificado houvesse bastado, perante a sensação de injustiça por o golo deles ter sido em infeliz autogolo, ao
passo que a equipa portista dominou o jogo todo e apenas conseguiu empatar, com o
célebre golo de Ademir a escassos minutos do final do prélio. Então, volvidos
poucos meses, ao início da época seguinte voltaram a defrontar-se FC Porto e
Benfica nas Antas, logo à 2.ª jornada do Campeonato, e aí o FC Porto venceu e
convenceu, saindo vitorioso através de um golão de Costa, o extremo esquerdo José
Costa que o FC Porto adquirira, vindo da Académica. E que assim começou logo a
faturar…!
Ora isso foi a 3 de setembro de 1978, em tarde solheira de domingo
de transição de verão para o outono, Quando o FC Porto, Campeão Nacional em
título, defrontava um Benfica que, apesar de ter ficado no segundo posto na
época anterior, não havia perdido qualquer encontro desse campeonato. As boas
indicações deixadas pelos treinos azuis e brancos e os “mind games” de Pedroto,
que revelou um onze falso antes do jogo e entrou em campo com surpresas (metendo de início Adelino Teixeira e
mudando de posições outros jogadores, por exemplo), conjugaram-se numa exibição
arrebatadora dos Dragões e numa vitória por uma bola a zero. Costa,
recém-chegado da Académica, marcou o único golo. Algo que, depois, por no final o FC Porto ter ficado com mais 1 ponto de vantagem sobre o Benfica (quando as vitórias por jogo valiam 2 pontos, ainda) se revelaria ter sido de abertura, afinal, do caminho para título do bicampeonato, que se seguiu à chegada
do verão de 1979.
Desse inesquecível golo pode-se recordar tal feito através
de coluna inserta no livro que foi dedicado ao Costa na coleção Ídolos. Do qual
se juntam imagens da capa e da página alusiva a esse “golão”.
Curiosamente e de modo sintomático, no final da época de 1978/1979 José
Alberto Costa foi considerado o “Futebolista do Ano” – por eleição que veio
publicada na revista Seleções Desportivas de agosto de 1979.
Armando Pinto
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