O Porto-Benfica é e será sempre um Porto-Benfica. Algo
icónico, de ter em si os olhos e ouvidos de multidões. Tal é o clássico
Porto-Benfica, nos encontros tradicionais em que se defrontam as equipas de
futebol dos clubes portugueses com mais provas ganhas a nível nacional e
internacional.
Muito se sabe dos contornos sociais e desportivos que
envolvem a realização dos grandes jogos desportivos, sobretudo do futebol
profissional. E como a bola pula e avança nos círculos em torno dos grandes
clássicos do panorama futebolístico ao mais alto nível, despertando
entusiasmos, atenções e paixões. Num mundo que gira à volta desse fenómeno,
desde tempos que se perdem na penumbra das memórias dos inícios do século XX, a
partir que começou a haver os confrontos entre as equipas com mais adeptos pelo
país além. Tal qual acontece há muitos e muitos anos com os históricos encontros
entre o Futebol Clube do Porto e o Sport Lisboa e Benfica, o chamado clássico
Porto-Benfica. A ponto de já ter havido até um espetáculo teatral no âmbito da
chamada Revista à Portuguesa, com grande sucesso a partir da cidade do Porto,
indo depois em “tournée”, como se dizia de ir em digressão, fazendo viagem com
um itinerário definido e naturais paragens, para realização de espetáculos em diversos
sítios, sucessivamente. Indo assim esse espetáculo de seguida pelo interior do
distrito do Porto e continuando por outros locais de províncias várias,
conforme os contratos solicitados e angariados. Quão sucedeu no Natal de 1950,
quando então chegou a Felgueiras e foi ao palco da sala do Teatro Fonseca
Moreira, na então vila cabeça do concelho de Felgueiras.
Ora, assim em dezembro de 1950, no ambiente do próprio dia maior
do sortilégio natalício, ali teve lugar, na casa do Teatro de Felgueiras, em
dois espetáculos, à tarde e à noite, para poder acolher o público entusiasta
que acorreu a ver e ouvir com os próprios olhos e ouvidos essa peça revisteira
de grande sucesso popular. Com um naipe de artistas e tudo o mais em moldes do “retumbante
êxito” que estava a ser – conforme se pode ver pelo cartaz, devidamente
aprovado pelas autoridades competentes, à maneira da época. Estando ali impresso todo o cardápio correspondente, para saciar a curiosidade em dia de barriga cheia.
Armando Pinto
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