O F C Porto é um mundo. Na verdade só assim, com tamanha abrangência se poderá abarcar uma definição do F C Porto, um grande clube desportivo e um colosso social, algo que ultrapassa quaisquer limitações e se transforma num bem comunitário, tal a ligação a significativo número e qualidade de pessoas e ações. Sendo o Mundo Portista relacionado muito mais que a jogos, porque o FC Porto é algo especial.
Numa grande instituição, assim, como é o F C Porto, o presente e o futuro solidificam-se com pedras do passado e do presente, a pedir meças ao futuro, em obras e factos que foram e vão construindo este edifício grandioso, não esquecendo a gesta que elevou o clube aos melhores momentos, mas também a epopeia que transportou o mesmo clube em conjunturas diferentes. Sendo, por conseguinte, de enaltecer o que entretanto passou, dignificando o passado, por quanto não se perde nada em recordar, por vezes, o que foi vivido entre o que possui valor de consciencialização clubista. Levando, por isso, a um reconhecimento dignificante, como tem havido e há, afinal, num sentimento de gratidão atinente à devida recordação, por valores alevantados no universo Portista.

Nessa constatação insere-se o facto de já ter havido casos de personagens Portistas a quem só a morte impediu a continuidade do serviço a esta nobre causa, tal o sucedido com atletas falecidos ao serviço do F C Porto. Mais se evidenciado a eterna paixão que um símbolo destes encerra.
Isto entre desportistas-atletas e treinadores. Pois, por exemplo, houve um outro caso do Presidente Refundador do Clube, José Monteiro da Costa, falecido quando era presidente.

Assim sendo, embora as lágrimas também sequem, perdurando mais a saudade em constante presença memorial, recordamos agora alguns exemplos já verificados, de pessoas que tombaram em pleno exercício de atividade desportiva e outros durante período de ligação ao clube, entre casos de desportistas que morreram com a causa Portista no coração, como se verificou com Jorge Orth, falecido quando era treinador efetivo do futebol principal do F C Porto; e atletas falecidos quando envergavam a sagrada camisola azul e branca, como aconteceu no futebol com Pavão e no ciclismo com Veiga da Mota e mais tarde com José Zeferino; além dos futebolistas Vidal Pinheiro, Velez Carneiro, Zé Beto e Rui Filipe enquanto desportistas do clube, embora estes em peripécias e desastres fora da atividade clubista, bem como Pedroto, que era treinador no FC Porto quando uma malfadada doença incurável acabou por afastar do seio da grande coletividade Portista. Juntando-se anos depois Alfredo Quintana, o célebre guarda-redes internacional do andebol, falecido quando estava em preparação num treino no pavilhão Dragão Arena. Assim como volvidos anos desapareceu o “Bibota” Fernando Gomes, quando era diretor do clube como responsável da captação para as camadas jovens, regressado anos antes ao clube esse que foi como jogador de futebol o maior goleador do FC Porto. E, passado mais algum tempo, entre gente que estava ao serviço do FC Porto aquando do falecimento, desapareceu do número dos vivos o grande Jorge Costa, eterno capitão do futebol portista, que ergueu a Taça UEFA de 2003, mais a Liga dos Campeões Europeus e a Taça Intercontinental do Mundial de Clubes em 2004, falecido em 2025 quando era Diretor do Futebol do FC Porto na presidência de André Villas-Boas.
Uma autêntica galeria ilustre e saudosa de Estrelas do FC Porto!
= Ciclista Manuel Veiga da Mota =
Feito o preâmbulo de apresentação, vamos por partes. Abrindo a evocação com nomes representativos, que à época em que pereceram representavam as cores do F C Porto e acabaram por sucumbir precisamente com essa função no próprio momento da saída da vida de seu corpo e consequente partida para o além.
Assim começamos por lembrar um jovem ceifado na flor da idade, o ciclista Veiga da Mota, falecido em resultado duma aparatosa queda, corria o ano de 1959, quando seguia de bicicleta e devidamente equipado em treinos das equipas de ciclismo do F C Porto.

Ora, Veiga da Mota, era então considerado uma das grandes esperanças do ciclismo português até ao seu desaparecimento, aos 20 anos de idade. Tendo falecido num trágico acidente, quando fazia a sua preparação para os campeonatos de Fundo. O infortunado atleta, representante do F. C. Porto, seguia em treino de estrada, integrado na equipa, num percurso que chegara até Penafiel. No regresso, entre Valongo e Ermesinde, Veiga da Mota perdeu o controlo da sua bicicleta, devido a avaria no eixo da roda dianteira, embatendo com muita violência, numa árvore colocada no separador central, na descida junto á Igreja de Santa Rita. Gravemente ferido na cabeça, foi socorrido e transportado de urgência em ambulância dos bombeiros voluntários de Ermesinde para o Hospital Geral de Santo António, no Porto. Mas, apesar de todos os esforços, acabaria por não resistir aos ferimentos, vindo a falecer horas depois.

Mário Manuel Veiga da Mota, como era seu nome completo, nascido em Gueifães-Maia, a 5 de Janeiro de 1939, desde cedo se interessara pelas bicicletas e pelo ciclismo. Em 1956 ingressou no F.C. Porto e correu pela 1ª vez na categoria de Populares. Em 1957, nesta mesma equipa de ciclismo, passou à imediata categoria de iniciados. Até que em 1958 subiu à categoria sénior, situação que manteve até a sua morte, ocorrida em Fevereiro de 1959, quando muito se augurava de um futuro auspicioso.
Veiga da Mota era já uma cara conhecida das corridas de ciclismo. Iniciara sua carreira em 1956 na Volta a Valongo, na categoria de Populares. No ano seguinte de 1957 disputou a sua primeira corrida oficial, denominada Porto-Santo Tirso-Porto, para Iniciados. Nesse ano sagrou-se Campeão Regional de Velocidade. Depois, em 1958, entre outros êxitos, alcançou os títulos de Campeão Regional e Campeão Nacional de Velocidade.
…E já em 1959, na categoria de Amadores Seniores, venceu todas as provas oficiais de Ciclo-Cross: Campeonato Regional e Nacional, sendo este último disputado em Lisboa. Na derradeira prova em que participou, em Fevereiro de 1959, a Prova de Preparação da Associação Ciclismo do Norte, sendo então treinado por Onofre Tavares, alcançou novamente o 1º lugar da categoria de Seniores. Estava, entretanto, a preparar-se para a seguinte participação no Campeonato Nacional de Fundo, quando ocorreu o desastre que o vitimou.
Ele, inclusive, treinava com os componentes da equipa principal, tendo chegado a alinhar nalgumas corridas ao lado de grandes nomes da modalidade, como eram os ciclistas do F C Porto Carlos Carvalho e Sousa Cardoso (que se vêm na imagem da equipa do F C Porto desses tempos, sendo Carlos Carvalho o 3º a partir da esquerda, Veiga da Mota o 5º e Sousa Cardoso o 6ª), numa rara captação histórica de conjunto.
Devido ao inesperado e súbito desaparecimento deste atleta, quatro das medalhas que conquistara anteriormente foram entregues em cerimónia póstuma a seu pai, pelo então presidente do F. C. Porto, Luís Ferreira Alves, num ambiente de profunda consternação, tendo o muito publico presente irrompido numa ovação espontânea de reconhecimento e pesar.
Após isso, conforme noticiou o jornal O Porto em Fevereiro de 1960, foi assinalado o 1º aniversário de seu falecimento com uma missa de sufrágio, em homenagem prestada pelo F C Porto, seguindo depois todos os presentes em romagem ao túmulo do falecido ciclista.
Não sabemos se, de permeio, houve mais algum caso do género, dentro das atividades Portistas em tempos passados, já que este tema do ciclista Veiga da Mota até nos era desconhecido, tendo dele tomado conhecimento, apenas, nas constantes pesquisas de tudo o que nos entusiasma na dignificação do F C Porto, clube da nossa vida.
Passados poucos anos aconteceu o falecimento dum treinador de futebol em atividade no clube, o treinador húngaro Jorge Orth, falecido no decurso do campeonato de 1961/62, estando a fazer uma época prometedora, a pontos de proporcionar um ambiente de entusiasmo nas hostes azuis e brancas. Decorria o Campeonato Nacional à 12ª jornada quando se deu tal desaparecimento, num repentino desenlace, a interromper a boa carreira que vinha desempenhando à frente da equipa principal de futebol do F C Porto. Sendo por isso deveras tocante seu acompanhamento final, levado no adeus pelos seus futebolistas, que fizeram questão de pegar na urna pelas próprias mãos. Passados dias, no primeiro jogo realizado, a equipa conseguiu superar o desalento, indo vencer o Sporting em Alvalade por 0-1, para as nossas cores, graças a um golo de Azumir, a culminar uma portentosa exibição do guarda-redes Américo e conjuntamente um bom desempenho de toda a equipa, para no final homenagearem seu Mister com dedicatória dessa vitória a Jorge Horth.

Com efeito, a 11 de janeiro de 1962 faleceu repentina e surpreendentemente Jorge Orth, o então treinador principal do futebol do FC Porto, que tão boa conta estava a dar no comando da equipa principal portista. Desaparecendo então esse malogrado técnico de futebol, sem ter tido tempo de levar o seu trabalho mais além. Ficando porém deveras saliente na memória alvi-anil, na perpetuação dos que da lei da morte se libertaram por sua aura na História do F C Porto.
(Por quanto este tema merece desenvolvimento, já aqui meste blogue há outros artigos dedicados a narrar com mais pormenor esse marcante acontecimento, que teve repercussão em depois não ter havido uma continuidade da boa carreira que a equipa estava a conseguir.)
Mais tarde, no início dos anos setenta, do século XX, já nas proximidades aos tempos da mudança político-social que alterou o ambiente nacional, deu-se um outro desenlace, quando Pavão, o futebolista Fernando Pascoal Neves, mais conhecido por “Pavão”, caiu em pleno relvado do estádio das Antas, onde disputava um jogo pelo FC Porto, para não mais se levantar e passar a ser um representante espiritual do que consubstancia a luz eterna do F C Porto.
Estava-se em Dezembro de 1973. Sendo por muito tempo contado, além de até cantado num disco duma cantora portuense.
Desse infeliz acontecimento, o segundo (por ordem cronológica) de que temos conhecimento quanto a desportistas Portistas falecidos quando praticavam sua função ao serviço do F C Porto, restam diversos testemunhos e recordações sentidas. Como se pode evocar a mágoa vertida, através de imagens e um recorte documental da época, além de alusivas fotos sobre o monumento que foi erigido em sua memória, ao tempo colocado junto à entrada para o Departamento de futebol, no exterior do estádio das Antas. (Cuja coluna, muitos anos depois, com a mudança da casa do FC Porto das Antas para o estádio do Dragão, ficou em zona interior do novo estádio.)



Sobre o Pavão desnecessário se torna enumerar o seu currículo, a não ser o realce curioso que há quanto às internacionalizações que teve em escasso número, naturalmente por ser do F C Porto (algo nesse tempo determinante nas escolhas)… e nomeadamente por ser merecedor de atenção o facto de ter pertencido à equipa do F C Porto que venceu a Taça de Portugal de 1968, por nesse tempo de aridez desportiva isso ser raro.
Volvidos anos, ultrapassadas no tempo mágoas de tal perda do futebol Portista, novo desastre veio a vitimar um outro representante do F C Porto, desta vez e novamente do ciclismo, com a morte em plena estrada do jovem ciclista José Zeferino. Uma promessa do panorama ciclista português, tal era considerado esse irmão de Manuel Zeferino, destinado que se prestava o José a vitórias como a que seu irmão já obtivera, por exemplo.
Zé Zeferino, vitimado então no decurso da Volta ao Algarve, à saída de Castro Verde, quando seguia na dianteira dessa corrida, incorporando um grupo de fugitivos ao pelotão, foi roubado ao grosso da coluna do ciclismo. Chegou depois a ser aventada possibilidade de construção dum memorial alusivo no local onde caíra (mas não chegou a ser concretizado, que se saiba). Perdurando porém algo tenuemente na voragem dos tempos.
Do ocorrido há devidas referências publicadas no jornal O Porto, de cujas colunas fixamos aqui o que então foi registado na edição de 12 a 25 de Maio de 1982, do órgão oficial do clube.
Posto isto, passamos a exemplos acontecidos fora das pugnas desportivas, com elementos ligados ao F C Porto. O primeiro caso passou-se com Vidal Pinheiro, então Tenente e depois Capitão, caído morto em pleno ato de bravura numa batalha durante a 1ª Grande Guerra Mundial de 1914/1918 (a que proximamente aqui dedicaremos espaço mais alargado, num artigo sobre tema da participação do F C Porto em casos militares); depois foi Velez Carneiro, em Maio de 1925, tendo sido morto em condições estranhas, baleado numa rua da cidade do Porto. Dando azo, como figura pública e pessoa muito estimada, que o caso fosse deveras expandido na comunicação social, como se nota por cópia que anexamos, junto com uma imagem ilustrativa de seu acompanhamento fúnebre.


« Velez Carneiro fez parte da equipa que venceu pela primeira vez o S.L. Benfica em Lisboa por 3-2. O primeiro Campeonato de Portugal emergiu na época de 1921/22 e Velez Carneiro, que jogava a meio-campo e, conforme as crónicas da altura, era um jogador de elevada qualidade, foi um dos loureados pela conquista do F.C. Porto.
De 17 para 18 de Maio de 1925 foi morto a tiro por um tal Carmindo Ferreira Duarte na Travessa dos Congregados, depois de uma discussão entre os dois. Era na altura um dos ídolos dos Dragões, e isso espelhou-se no seu funeral que foi imponente. Desde a Constituição até ao cemitério de Paranhos, foram muitas as pessoas que se acotovelaram para o ultimo adeus. No dia 22 de Maio, o “Jornal de Noticias” escrevia: “Muito antes da hora marcada para a saída do féretro já o Campo de Jogos da Constituição regurgitava de pessoas. Depois de dar a volta ao campo, o féretro, conduzido pelos jogadores do team de que o finado fazia parte, foi colocado ao centro do campo, mantendo-se o público em silêncio durante cinco minutos, que foram observados religiosamente. Findo este recolhimento que impressionou, a Direção do F. C. Porto procedeu à colocação da bandeira do seu clube sobre o féretro. O capitão da equipa, Hall, conduzia sobre uma almofada de cetim preto as medalhas oferecidas ao falecido jogador.»

Muito mais tarde, mas por motivos de doença, outro importante personagem da História do F C Porto teve um grande reconhecimento público na despedida, conforme recordamos do falecimento de Pedroto, em 1985.
Ligado como estava ao clube, como treinador que operou a mudança de rumo para a senda dos êxitos que então iam já sendo obtidos, Pedroto era como que Treinador Honorário do F C Porto, em virtude de apenas não estar no cargo derivado aos tratamentos médicos a que estava sujeito. Como se sabe e não mais esquece. Bastando aqui e agora uma outra reposição documental, através de recortes jornalísticos, constantes da edição especial d’ O Porto de 9 de Janeiro de 1985.
Até que, anos passados, novos tristes acontecimentos tiraram a vida a dois futebolistas do F C Porto, no caso em desastres de viação, tal o sucedido com o guarda-redes de futebol, Zé Beto, a 4 de Fevereiro de 1990, e depois com o prometedor médio da equipa principal de futebol, Rui Filipe, a 28 de Agosto de 1994.
De tais vivências, ainda presentes no subconsciente Portista, atemo-nos à vista de testemunhos escritos, por quanto duram momentos desses na memória coletiva. Deixemos algumas passagens escritas transmitir o que ia na alma coletiva, por esses motivos.





Após o seu desaparecimento, foi colocado junto ao estádio das Antas um monumento com um busto de Rui Filipe. Monumento esse, junto com um outro de Pavão, ambos erigidos no exterior do extinto estádio das Antas, foram anos depois mudados para o interior do estádio do Dragão, aquando da mudança de instalações, na presidência de Pinto da Costa. Havendo ficado em local reservado, sem poderem ser vistos e compartilhados pelo público. Enquanto de Pedroto ficou uma dedicação da sala de conferências com seu nome, também no Dragão, além de placas relativas a alguns factos, que antes estavam no hall das Antas e passaram para o Dragão. (Já na presidência de André Villas-Boas os monumentos com o medalhão de rosto do Pavão e o busto de Rui Filipe foram mudados para o exterior, passando a estar à vista de todos, em frente à porta principal do estádio, junto aos mastros das bandeiras oficiais.)
Extravasando o plano competitivo, também o F C Porto tem heróis de outras áreas de serviço do clube, mas falecidos entretanto já sem estarem em atividade clubista. Tal como tantos antigos atletas.
Já em pleno século XX, em 2021 morreu Alfredo Quintana, jogador de andebol do FC
Porto e da seleção portuguesa, guarda-redes internacional falecido no dia 26 de
fevereiro de 2021, vítima de uma paragem cardiorrespiratória. Tinha 32 anos e
faleceu após episódio cardíaco sentido quando se preparava para iniciar um
treino no Dragão Arena, em plena preparação da equipa de andebol portista no
pavilhão do FC Porto.
Natural de Havana, e como tal vindo de Cuba, Alfredo Eduardo
Quintana Bravo afirmou-se como um dos melhores andebolistas mundiais na sua
posição durante a década em que jogou na Europa, aonde chegou em 2011 após ter
dado nas vistas no Campeonato Pan-americano de 2010, no Chile, e ter defendido
a seleção cubana no Mundial de 2009, na Croácia. Ao serviço do FC Porto, que o
distinguiu com o Dragão de Ouro de Atleta de Alta Competição do Ano em 2014,
Quintana venceu seis campeonatos nacionais, uma Taça de Portugal e duas
Supertaças, além de ter contribuído decisivamente para as excelentes campanhas
europeias desse período. Nos seus últimos sete anos, depois de se naturalizar,
o guarda-redes também integrou a seleção nacional portuguesa e brilhou no
Europeu de 2020 e no Mundial de 2021.

Saído do hospital de S. João, onde falecera, o carro com a urna de Quintana fez uma paragem no exterior do Dragão Arena, recinto
desportivo dos ‘dragões’, onde houve terna e emocionante espera por uma multidão
portista, sob medidas derivadas da pandemia “Covid” que então obrigava ao uso de
máscaras de proteção em convivência. E então, depois da passagem pelo pavilhão Dragão
Arena, onde foi homenageado pelos elementos ligados a todas as modalidades,
pela administração do FC Porto e pelos adeptos, o cortejo fúnebre de Alfredo
Quintana teve momento emocionante decorrido assim que o cortejo abandonou o
local, em direção ao Tanatório de Matosinhos, com os adeptos a formarem um corredor
e a deixarem um derradeiro e comovedor adeus a Alfredo Quintana. Sendo por fim recebido
com um sentido aplauso à chegada ao local onde o guardião luso-cubano foi
cremado. Vestidos com t-shirts personalizadas com a frase “sou um
guerreiro extraordinário” e com uma foto de Quintana, os jogadores da
equipa de andebol do FC Porto marcaram presença no adeus ao companheiro de
equipa.

Contando com diversos reconhecimentos individuais no
palmarés, Quintana distinguia-se também pelas qualidades humanas, com destaque
para a alegria com que contagiava todos os que acompanhavam o seu percurso. A
perda deixou enlutado o FC Porto, e sua memória ficou perpetuada nos corações
portistas, além de ter ficado gravado no pavilhão do Dragão uma sua frase
icónica, assim como foi retirada do plantel do andebol do FC Porto a camisola
n.º 1 em sua homenagem. Tendo posteriormente sido escrito um livro sobre ele, “ALFREDO
QUINTANA Um guerreiro extraordinário” (por Ana Filipa Gomes, Joana Moreira e
Rui Guimarães).
Passado pouco mais de um ano faleceu o “Bibota” Fernando
Gomes, Fernando Mendes Soares Gomes, falecido em 26 de novembro de 2022, aos 66
anos, vítima de doença prolongada. Esse que foi um icônico jogador de futebol
português, notável por sua passagem pelo FC Porto e com duas conquistas da Bota de
Ouro como melhor marcador da Europa, além de por seis vezes ter sido o melhor
marcador do Campeonato Nacional e vencido 14 títulos pelo FC
Porto. Tendo sido o maior goleador do FC Porto. E, depois de ter sido obrigado a acabar a carreira de futebolista fora do FC Porto, por processo que lhe foi movido pela Direção, devido a infeliz caso ocorrido com o treinador Octávio Machado (que por fim acabaria também por sair do clube), mais tarde Gomes regressou já como colaborador, acabando por falecer quando exercia funções diretivas na área de “Scouting” (como responsável pela observação e análise da recolha de
informações individuais e coletivas para angariação de novos valores
futebolísticos). Incluindo a Direção do FC Porto, como Diretor do futebol de formação.
Falecido no sábado 26 de novembro, o corpo de Gomes teve cerimónias fúnebres no seguinte domingo, na capela mortuária da igreja das Antas.
Gomes merecia que a despedida tivesse sido feita no estádio do Dragão. E não apenas na capela mortuária da igreja das Antas, distante da área do clube. Sem sequer sua urna ter entrado no estádio, para uma última despedida de todos os portistas. Ficando para sempre lamento e mágoa que os responsáveis principais da então Direção do FC Porto, liderada por Pinto da Costa, não tivessem feito essa vontade aos Portistas. Como era justo, pois Gomes era um grande símbolo clubista, por tudo quanto representou.
Após o cerimonial fúnebre, em despedida emotiva, nesse domingo triste de chuva, o cortejo fúnebre desceu pela Alameda das Antas e circundou o estádio do Dragão, pelo lado de fora, onde no exterior houve uma manifestaçao de aplauso em homengem pública junto à entrada do Museu do FC Porto, antes de seu corpo ir ser cremado.
Agora, a 5 de agosto de 2025, faleceu o antigo capitão e atual
diretor de futebol do FC Porto, Jorge Costa. Depois de, ao fim da manhã dessa terça-feira quente
de agosto, ter sofrido uma paragem cardiorrespiratória no Centro de Treinos do Olival, e ainda ter chegado ao Hospital de São João, onde acabou por
morrer. Jorge Costa tinha 53 anos e estava em tempo de contribuição para a renovação
do plantel do futebol portista: quão na ocasião em que sofreu a paragem
cardíaca, que o vitimou, estava em acompanhamento dos trabalhos da equipa.
Ainda foi assistido no local pela equipa médica dos azuis e brancos e levado de
urgência para o Hospital de São João, mas não sobreviveu.

Jorge Costa, autêntica lenda do FC Porto, é uma figura
incontornável da história do FC Porto e da Seleção Nacional. Como dirigente estava
como diretor para o futebol profissional dos ‘dragões’. Antes, enquanto jogador,
capitaneou a equipa do FC Porto à época do título da Liga dos Campeões de
2003/04, uma das conquistas maiores de um vasto palmarés, composto por vitórias
em 24 títulos, divididos por oito Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal, oito Supertaças, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e
uma Taça Intercontinental/Mundial de Clubes. Enquanto na Seleção Portuguesa foi Campeão Europeus de Juniores. No total,
fez 383 jogos oficiais pelo emblema azul e branco, sendo o oitavo futebolista
com mais jogos pelo clube, na história do FC Porto. Pela Seleção Nacional o antigo central somou 50
internacionalizações e venceu o Campeonato do Mundo de sub-20 em 1991.
Ao longo da sua carreira Jorge Costa representou a maior
parte no FC Porto, mas passou ainda por outros clubes: inicialmente no Penafiel
e Marítimo, por empréstimo quando jovem; e após anos de grande sucesso na
equipa principal do FC Porto, conhecido como era por “Bicho” pela sua raça em defesa da equipa do clube de seu coração, depois teve de sair por mais um caso ocorrido com o
treinador Octávio Machado e anuência da então Direção, rumando então ao Charlton, clube em que era conhecido por “Tanque”,
tal a fortaleza de sua categoria na defesa da equipa; e mais tarde, tendo entretanto regressado para o período de maior sucesso, com o treinador Mourinho, teve nova
saída, ainda na presidência de Pinto da Costa, e então esteve com outro sucesso no
Standard de Liège. Acabada a carreira de jogador e um ano depois de pendurar as botas, Jorge Costa estreou-se como
treinador, tendo passado pelo Olhanense (que com ele subiu à 1.ª Divisão), SC
Braga, e outros, até ter acabado no Aves, com nova subida de Divisão. Sempre
diante de muito apreço geral, sendo pessoa de consensos, como se notou no seu falecimento,
havendo sido consensual a admiração reconhecida por todo o mundo do futebol.

No dia seguinte, quarta-feira dia 6, teve lugar no Estádio
do Dragão uma longa vigília em sua honra, através de cerimónias fúnebres que o
Presidente André Villas-Boas fez questão de realizar na Casa Portista. Aí, milhares
de pessoas acorreram ao Estádio do Dragão, que abriu portas para uma despedida
ao eterno capitão dos azuis e brancos. Numa manifestação que durou toda a tarde
e parte da noite, desde as 15 até às 22 horas. Sempre com a Direção do FC Porto
presente e o Presidente André Villas-Boas de pé a velar o seu amigo e companheiro da
recuperação do clube.

Por fim após o fecho do velório público, teve lugar no
centro do relvado do estádio do Dragão uma arrepiante última homenagem a Jorge
Costa em pleno relvado do Dragão. Tendo então a urna de Jorge Costa sido
colocada no centro do relvado, com as bancadas vazias por detrás, contrastando
com o mar de gente que durante o dia passou pela casa portista para uma sentida
homenagem ao eterno capitão. Assim, por uma última vez, o antigo defesa central
subiu ao relvado de uma casa que conquistou com entrega total ao longo de 16
épocas que jogou de dragão ao peito.
«Até sempre, Bicho. Obrigado por seres Porto até ao fim», foi
escrito lapidarmente pelos Dragões nas redes sociais.
O funeral de Jorge
Costa, realizado na manhã da quinta-feira dia 7, na Igreja de Cristo Rei, no
Porto, teve centenas de pessoas, que emocionadas marcaram presença, para além
de personalidades conhecidas do mundo do futebol. Depois da missa fúnebre, o
corpo foi transportado para o cemitério de Agramonte. Com centenas de adeptos e
amigos na despedida ao “eterno capitão” Jorge Costa.
~~~ + ~~~
Em sinal dum sentimento de resplandor da luz perpétua, aqui é feita esta homenagem perpétua aos nossos maiores que da lei da morte se libertaram pelo que fizeram pelo FC Porto e tombaram enquanto representavam o FC Porto. As lágrimas naturalmente secam, mas a memória perdura, qual grato reconhecimento e eloquente recordação.
Armando Pinto
—-» Clicar sobre as imagens digitalizadas «—-
Este artigo foi originalmente publicado neste site