A 10 janeiro de 1965, um domingo frio e chuvoso de início de
ano de meio dessa década de tempos românticos dos anos 60, realizou-se no Porto a decisiva
prova do Campeonato Nacional de Ciclo-Cross, prova de princípio da época
desportiva do ciclismo. Tendo participado ciclistas das Associações do Norte e
Centro, com ausência de ciclistas do sul, da área de Lisboa e arredores que não tinham
apetência para concorrer nessa competição de inverno.
Tinha anteriormente sido disputado o Campeonato Regional da Associação de Ciclismo do Porto, e seguiu-se então o Campeonato Nacional, em prova alargada a ciclistas de outras Associações do país.
Assim nesse Campeonato Nacional de Ciclocrosse de Portugal,
disputado nos terrenos do Palácio de Cristal, no Porto, num percurso de 15
voltas a correspondente trajeto de declives e dificuldades várias, ao longo de 22.500 Km,
participaram os ciclistas que se sentiam mais capacitados para tal esforço
físico de sacrifício e habilidade para manobrar a bicicleta e conseguir correr a
pé quando necessário com a mesma nas mãos ou às costas. Sendo os participantes
ciclistas representantes do FC Porto, Cedemi de Viana do Castelo, Académico e Sangalhos.
Concluindo a prova 6 do FC Porto, 2 da Cedemi e 1 do Académico. Em cujo final,
apoteótico, o vencedor foi Albino Alves do FC Porto, perfazendo tempo total de
1 hora, mais 4 minutos e 4 segundos, à frente do colega de equipa Joaquim Leão,
vencedor da Volta a Portugal na época anterior.
Albino Alves estava em fase de ascensão na sua carreira, com
recente promoção à categoria sénior, nesse tempo denominada de Independentes. Acrescendo
que ainda em finais da época anterior havia sido galardoado com o Troféu Pinga,
o ao tempo máximo galardão de reconhecimento do FC Porto, como distinto
ciclista da categoria de Amador-sénior (ao mesmo tempo que o categorizado Sousa
Cardoso da categoria de Independentes, à época assim chamada a agora de Elite e
Profissional). Tendo Albino Alves recebido esse reconhecimento então ainda há
pouco, em dezembro de 1964 (com o troféu antecessor do Dragão de Ouro atual) em
alusivo festival, como na época era referida a cerimónia atualmente chamada gala
festiva, com o troféu a ser-lhe entregue (como registou uma foto coeva do
jornal O Porto) pelas mãos dum representante da Comissão Pró-sede do FC Porto, Artur
Esmeriz, à vista do presidente José Nascimento Cordeiro e outro dirigente.
Ora, tal como também na época anterior o FC Porto dominara o
Nacional de Ciclo-Cross, quer em modo individual como coletivamente, também em
1965 foi dada continuidade a essa supremacia. Como ficou registado no jornal O
Porto, de cujas páginas se respiga a respetiva crónica, para melhor registo à
posteridade.
sua impressão, pois onde aparece 2.ª Volta a Portugal entende-se ter havido uma
gralha na impressão, ou seja na escrita impressa, com a falta de um carater
(sabendo-se que nesse tempo a impressão era através de carateres colocados em
modo gráfico); entendendo-se perfeitamente ser 27ª, como foi a numeração oficial
da Volta a Portugal de 1964, ganha por Joaquim Leão, como aliás aparece
referido mais adiante.
Armando Pinto
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