Estava-se no tempo primaveril por excelência ao correr de 1943, quando no último domingo de maio desse ano, ainda durante ao tempo da
II Grande Guerra Mundial, na disputa da segunda mais importante prova
futebolística em Portugal, a equipa principal de futebol do FC Porto conseguia
um volumoso resultado em jogo a contar para o início da Taça de Portugal, prova
rainha do calendário futebolístico português ao tempo desenrolado em moldes
ainda quase arcaicos, na comparação aos tempos seguintes.
Esse foi efetivamente o segundo resultado mais dilatado, a
seguir ao 18-0 acontecido em 1932, numa partida da primeira eliminatória do
Campeonato de Portugal com o Ginásio Lis. Sendo agora o dos 15-1 em apreço que
calha recordar, na passagem da respetiva efeméride.
Então, a 30 de maio desse ano de 1943, o FC Porto obteve a
segunda maior vitória oficial de sempre em casa: 15-1 frente à Sanjoanense, nos
oitavos de final da Taça de Portugal, que à época correspondia ao início dessa
competição. Como se pode ver por excerto da correspondente crónica publicada na
revista Stadium, de Lisboa.
Foi esse um jogo de sentido quase único também,
materializado no placard completado por um valente saco cheio de golos, a favor dos
azuis e brancos, dos quais Araújo e Pinga se salientaram ao marcarem seis golos
cada um. Sendo os restantes golos da autoria de Gomes da Costa, Pratas e Póvoas. Tendo
a equipa adversária, de equipamento preto e branco, conseguido manter a sua
baliza fechada algum tempo, mas depois foi um fartar de bolas a beijarem o véu
da rede, perante a abertura da marcha do marcador iniciada apenas aos 26
minutos de jogo, mas depois continuada e aumentada até aos 89, de permeio com o golo de
honra dos visitantes aos 71 minutos.
Desse interessante prélio ficou a constar uma foto da
revista Stadium, na sua edição seguinte de 2 de junho, embora quase sem mostrar
ninguém do FC Porto mas apenas jogadores da equipa derrotada e algo do
campo da Constituição. O que nem admira, sabendo-se que a revista era de Lisboa
e já vem de longe a fama de tal concílio da comunicação social.
Armando Pinto
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