Em plena noite de São João, a 23 de Junho de 1976, antes
ainda do lançamento no Porto dos tradicionais foguetes da noitada maior de 23
para 24 do mês de entrada do verão, na cidade do Porto aconteceu algo que se
tornou histórico: a assinatura particular do contrato de regresso de Pedroto
como treinador do FC Porto. À época, além do secretismo do ato, ainda se não
sabia o que daí adviria, como acabou por acontecer. Sendo depois algo que ficou
a ser histórico – por ter sido, afinal, para o período mais icónico do regresso
dos títulos ao futebol portista, após longos anos de espera.
À época não era pacífica essa novidade, atendendo a Pedroto ter
sido treinador do clube anteriormente e ter saído de modo inglório, depois dos acontecimentos
que levaram a ter sido perdida a oportunidade do clube conquistar em 1968/1969 o
título nacional tão ansiado e esperado. Mas o tempo acaba por sarar feridas,
como aconteceu. Juntando o facto de ninguém mais ter conseguido levar a equipa
principal a ter estado tão perto do desiderato. Enquanto o resto é história e
ainda bem que aconteceu assim, para bem do Portismo de que andavam já tantas
almas cheias.
Assim sendo, como depois alguém escreveu, «a cidade do Porto
tinha outros motivos para festejar, mas só o soube mais tarde. Nessa noite, em
casa do então Chefe do Departamento de Futebol do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da
Costa, foi assinado um contrato de trabalho (válido por 2 anos) entre o clube azul
e branco e o então treinador do Boavista, José Maria Pedroto, antigo jogador
portista.» Isso a pôr no papel o acordo que vinha apalavrado de meses antes, porque já
existia um acordo desde 29 de janeiro e tornado em palavra definitiva a partir de fevereiro.
Foi assim consumado, nessa noite da festa do São João do
Porto, a 23 de junho, tal importante ato, qual primeiro passo, por assim dizer, para tudo o
que se seguiria e redundou no período do regresso dos dias vitoriosos ao mundo
azul e branco.
Registando isso, em tal noite sanjoanina, relembra-se o
acontecimento através de testemunhos impressos em recordações escritas à
posteriori, quer pela revista Dragões, em seu n.º 1 de abril de 1985, como pelo
livro “Pedroto O Mestre”, escrito por Alfredo Barbosa em 1998; e ainda pelo
livro “Jorge Nuno Pinto da Costa Largos Dias têm 100 Anos”, publicado em 2004.
*
E, entretanto, depois disso… em 1978 veio a grande alegria tão desejada da conquista do título nacional que faltava: – ao FC Porto para atualizar o Hino, como Campeão, depois de tantos anos de travessia a seco; a Pedroto como treinador… e a mim como Portista!
Armando Pinto
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