Fernando Gomes foi um jogador que desde seus primeiros tempos de futebolista com a camisola do FC Porto deu nas vistas e depressa chamou a atenção dos portistas, quer dos que podiam seguir in loco os jogos das camadas jovens, quer dos que acompanhavam a vida do clube à distância, sobretudo através das crónicas no jornal O Porto, dos meios mais acessíveis nesses tempos. Passando desde logo a ser admirado, ainda nos Juniores, fazendo dupla com Maia e bem secundado por todos os outros dessa bela equipa. Até que depressa subiu ao plantel senior, estreando-se em pleno verão de 1974 no Torneio Início e depois fazendo estreia no Campeonato Nacional de 1974/75 com dois golos na 1.ª jornada, os dois da vitória por 2-1 diante da equipa da antiga Cuf, no início de setembro, com o público portista por testemunha vibrante no estádio das Antas. Para volvidas poucas épocas ter passado a ser o Bola de Prata de melhor marcador de Portugal em 1977, após o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de 1976/77, seguindo-se em 1983 a Bota de Ouro de melhor goleador europeu.
Então, esse mesmo Fernando Mendes Soares Gomes, já então icónico número 9 do FC Porto, como depois ficou eterno, foi galardoado como o Melhor Marcador da Europa pela primeira vez após se ter coroado melhor goleador da época de 1982/83, como autor de 36 golos de sua conta. E depois, já iniciada a época seguinte, a 8 de novembro de 1983, foi a Paris receber a Bota de Ouro que o distinguia como o maior artilheiro dos mais de 40 Campeonatos Nacionais disputados no Velho Continente.
Nesta data de tal efeméride, vem pois a talhe recordar a primeira Bota de Ouro recebida pelo Gomes do FC Porto, a propósito de neste dia esta façanha ser motivo de realce, na ordem do dia.
Mais tarde, o avançado portista ainda viria a elevar a fasquia, ao ter alcançado ainda pela segunda vez a Bota de Ouro, cuja chuteira dourada lhe valeu graciosa e popularmente a alcunha de “Bibota”. Ambos os troféus podem ser admirados no Museu FC Porto junto com a braçadeira de capitão que o goleador usou na década de 80. Além de ter alcançado mais por 6 vezes a Bola de Prata, de marcador de mais golos em Portugal – e só não foram mais por ter estado ausente dois anos em Espanha e por fim ter sido levado a abandonar o clube do coração, terminando a carreira fora de portas e como tal algo fora de seu habitat natural. Ao qual retornaria volvidos anos, finalmente, como colaborador e diretor do FC Porto.
Aqui fica, assim, uma homenagem, nesta oportunidade mais. Ilustrando melhor a efeméride através também de uma vista de olhos por algumas das muitas coisas sobre ele guardadas em arquivo pessoal, do autor destas lembranças.
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