A 21 de maio de 1967 realizou-se o Campeonato Nacional de Fundo
de Amadores, do calendário do ciclismo português. Tendo, numa corrida disputada
em contra-relógio, triunfado Gabriel Azevedo do FC Porto, com o melhor tempo de
todos, em 1h 34m 33s, seguido de José Nunes e António Machado, ambos do Ginásio
de Tavira. Gabriel Azevedo sagrou-se Campeão Nacional.
= Gabriel Azevedo com a camisola de Campeão Nacional !
( Gravura da coleção pessoal do autor )
A propósito desta efeméride, lembrando esses tempos áureos
em que o FC Porto honrava seus pergaminhos também nessa modalidade das
bicicletas de corrida, relembra-se um artigo há já uns anos (em 2009) publicado
num outro blogue em que aqui o autor deste foi colaborador.
«Hoje recordamos um nome lendário do ciclismo português e
do FC Porto: Gabriel Azevedo.
Gabriel Moreira de Azevedo nasceu a 11 de Dezembro de 1947
na freguesia de Macieira da Maia, concelho de Vila do Conde.
O pai de José Azevedo (nome atualmente conhecido) iniciou a
carreira de ciclista em 1963, tendo sido inscrito na Federação Portuguesa de Ciclismo a 16
de Fevereiro de 1965 e representou sempre o FC Porto nas 6 participações que
teve na Volta a Portugal.
Apesar de ter representado o FC Porto durante aquele período
de 15 anos, em que na Volta a Portugal desde 1964 (vitória de Joaquim Leão) até
1979 (vitória de Joaquim Sousa Santos) o clube passou anos sem vencer a Portuguesa
individualmente, Gabriel Azevedo contribuiu para o triunfo coletivo do FC Porto
em 1969.
Quando Joaquim Leão venceu a Volta, em 1964, Gabriel Azevedo
ainda não tinha iniciado a carreira profissional, tendo-se distinguido na categoria de Amadores. E depois, apesar de ter sido ciclista
profissional entre 1967 e 1974, este antigo corredor do FC Porto só participou
em provas profissionais durante 5 anos, pois viu-se obrigado a cumprir o
serviço militar na Guiné, entre 1969 e 1971.
Gabriel Azevedo foi Campeão Nacional de Fundo Amador Sénior,
em 1967, e como Profissional foi vencedor do Grande Prémio Philips, em 1968. E contribuiu para várias
vitórias coletivas do FC Porto, sendo considerado pelos colegas um corredor
dedicado e muito profissional. Era o típico corredor de equipa.
Após ter terminado a carreira, em 1974, manteve-se
sempre ligado à modalidade, tendo sido treinador de várias equipas portuguesas
(Gião, Barcelos, Vigaminho, Alguerra, Camponauto, Agros e Rio Ave). Também foi
responsável por alguns carros de apoio, em várias edições da Volta a Portugal,
e até chegou a ser mecânico!
Contando a experiência adquirida na Volta, foi nomeado
Vice-Presidente da Associação de Ciclismo do Porto, durante 6 anos, e
Comissário Nacional, em 1998.»
Armando Pinto
Este artigo foi originalmente publicado neste site