No dia 6 de Maio de 1948 o FC Porto venceu o Arsenal de Londres, equipa
nesse tempo considerada a melhor do mundo, em jogo disputado no Estádio
do Lima. Foi tão entusiasmante essa vitória que, para assinalar o histórico
triunfo, uma comissão de sócios do FC Porto ofereceu ao clube um magnífico troféu com
mais de 300 quilos em prata, através de uma campanha de angariação de receitas para o
efeito. Sendo esse um trofeu que orgulha todos os Portistas, a ponto de seu local no museu portista ser sítio de poses fotográficas de recordação, tal como acontece no atual Museu do FC Porto e também anteriormente já acontecia na antiga Sala-Museu Afonso Pinto de Magalhães.
= Pose fotográfica do autor destas lembranças, em tempos idos dos anos 90, junto à Taça Monumental, também chamada Taça Arsenal, alusiva à vitória sobre o Arsenal de Londres.
Desse célebre acontecimento, relembra-se a ocorrência histórica, ocorrida ao sexto dia do mês das flores de 1948, que nunca será demasiado trazer à Memória Portista. Ocorrida nesse tempo em que ainda não havia competições oficiais europeias e então os poucos jogos internacionais possíveis eram com equipas estrangeiras que faziam digressões por países diversos.
Com efeito, a 6 de maio de 1948 teve lugar na cidade do Porto, em pleno estádio do Lima, o celebérrimo encontro de futebol entre as equipas principais do então Campeão do Norte de Portugal, Futebol Clube do Porto, e o campeão de Inglaterra, Arsenal de Londres, ao tempo considerado seu “team” como sendo a melhor equipa do mundo. Conforme a fama rotulada, dando ênfase à digressão que meteu visita a Portugal, começada em Lisboa com um triunfo achado normal dos ingleses, e surpresa acontecida no Porto através de vitória assinalável dos portugueses da equipa azul e branca do Porto.
Esse grande feito, além de constar em diversas publicações narartivas do acontecimento, ficou entretanto perpetuado com a grande taça popularmente chamada Taça Arsenal. Cuja história está também narrada num folheto desdobrável, publicado pela comissão promotora da entrega desse valioso e grandioso troféu ao FC Porto, em 1949. (E que aqui se pode ler, clicando sobre a imagem, naturalmente.)
Por toda a expressão da ocorrência, merece o caso ser devidamente registado memorialmente.

Assim sendo… O dia seis de maio é uma data histórica. Pode ter sido também por outros motivos, mas especialmente foi porque naquela tarde de 6 de Maio, ao correr do ano de 1948, o FC Porto venceu o clube naquele tempo considerado detentor da equipa melhor do mundo e que antes tinha goleado em Lisboa o Benfica. Dando-se então quase como uma refrega tipo David e Golias, em que o FC Porto, clube do Norte de Portugal, venceu brilhantemente o Arsenal de Londres, no Porto, depois de todo o mundo ter sabido da fácil vitória do mesmo campeão inglês em Lisboa.
Por tudo isso, para não pecar nem por excesso nem escassez, ilustramos essa realidade com alguns excertos de publicações, em respigos colhidos com descrições e imagens. Sendo as fotos de reportagem da revista Stadium e a do alinhamento das equipas extraída do livro “Barrigana o homem das mãos de ferro” (por José Parreira).
De tal modo essa vitória foi saborosa e histórica que um grupo de sócios do FC Porto resolveram perpetuar tal grande feito, metendo peito a uma campanha destinada a fazer uma taça com que essa façanha ficasse assinalada a preceito, de modo ao clube ser assim devidamente honrado. E não fizeram a coisa por menos, pois que resultou numa grande taça, que passou a ser a melhor de todas que há por estes sítios do país que tem velha aliança diplimática com a Inglaterra.
Ora, essa taça, normalmente referida por Taça Arsenal e também chamada Taça Monumental, por sua grande dimensão e monumentalidade, como pela sua beleza e pelo seu grande valor, foi e está acompanhada por um armário, ao género de vitrina, a servir de cofre, em cujo interior está o troféu guardado mas à vista, como deve ser.
= Exposição no antigo museu do clube. Estando agora no atual num espaço próprio.
Toda a sua clássica importância foi sempre um verdadeiro orgulho para o ego portista, para o sentimento do mundo azul e branco.
Desde os tempos de escola primária, quando no recreio me fartava de gabar coisas do nosso Porto (falando aqui para nós, pessoalmente), já essa taça vistosa dava para alguma prosápia de orgulho, trazendo às rodas de amigos o que eu já tinha visto no jornal d’ O Porto. E com o tempo e melhor conhecimento, sempre esse trofeu me saltou aos olhos da afeição.
Num modo de mostra museológica, ilustra-se também a crónica com uma alusiva página do álbum “FC Porto 100 Momentos”, por Júlio Magalhães.
Assim, do próprio jogo, ficou algo registado na revista Stadium, em sua edição de 12 de Maio desse ano, com a capa reportando imagem alusiva e lá dentro contendo uma pequena crónica a ladear as respetivas gravuras, mais uma referência maior na página dedicada ao Norte nessa revista de Lisboa.
Seguidamente, sobre tudo isso e mais ainda descrevendo o grande e valioso troféu, junta-se a narrativa incluída no livro “FC Porto – figuras & factos – 1893-2005”, de J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias.
Passam assim diante de nós imagens dessa grande proeza, cujo sucesso foi à medida do entusiasmo que fez parar o comércio da cidade do Porto naquela tarde de 6 de maio de 1948. Como hoje ainda faz deter a atenção de cada portista que valoriza a história do FC Porto, sempre.
= Como complemento, fica aí a ficha do jogo e narrativa histórica, conforme consta da brochura “A Vida do Grande Clube Nortenho”, edição especial Seleções Desportivas e texto de Luís César.
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Com grande honra há uma curiosidade relacionada: No Museu do FC Porto atual consta uma imagem da capa, reportada ao jogo em apreço, de uma publicação alusiva no painel de históricas publicações (assim como mais de outras); e algumas fotos do jogo no cenário por trás do trofeu, no respetivo espaço da exposição permanente, com gravuras retiradas da revista Stadium, através de cópias do original da revista na posse do autor deste blogue – cujo exemplar em tempos esteve emprestado por mim ao museu, entre objetos do autor destas linhas, então cedidos temporariamente, aquando da sua instalação e abertura – conforme imagens que se juntam do documento contratual coevo.


Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site