Sem ser tema de desporto, o mote desta vez a tratar rola
sobre sentimentos também afins, por motivos relacionados. Mas tem muito a ver,
afinal, com o haver do Futebol Clube do Porto, do princípio e dos dias de agora.
Na passagem do início da quadra natalícia, que antigamente
começava com o então Dia da Mãe, a 8 de dezembro, Dia da Imaculada Conceição,
Padroeira de Portugal, reluz no firmamento da atualidade uma infinidade de
lembranças pessoais e outras afinidades comuns que se foram juntando pela vida
adiante. Vindo desde logo à memória umas boas e ternas recordações de minha
mãe, a quem eu em pequeno, quando lia livros infantis com muitos “bonecos” figurados,
oferecia um “santinho” apropriado no Dia da Mãe, daquelas pagelas com imagens
de santos e no caso era com Nossa Senhora da Conceição ou Nossa Senhora a ser Mãe
de Jesus, do Natal. E agora, que ela já faleceu há muito tempo, ainda e sempre ofereço em minha oração o
meu pensamento de saudade e constante recordação, até ao Infinito celestial. Bem como calha lembrar outras
pessoas, umas conhecidas e outras que fazem parte do conhecimento obtido por via de
pessoas e factos que nos dizem alguma coisa especial. Em certos aspetos até assuntos
interessantes e mesmo caros. Como no caso que apraz aqui e agora lembrar. Sendo
que a partir de certa altura eu soube que, pela época do histórico Dia da Mãe, era também esse um tempo de
ser festejado por uma senhora que foi escritora de literatura infantil, Margaret Kendall, a mesma
que mais tarde vim a saber que era avó de André Villas-Boas. Sim, o atual
Presidente do FC Porto. Cujas origens familiares estão ligadas aos primeiros
tempos de vida também do FC Porto, através dos Kendall de que reza a história. Ora
entre esses, irmãos Kendall, um foi o visavô de André Villas-Boas. E dele nasceu a avó de André, senhora
que foi a escritora referida, Margaret Kendall. Que André Villas-Boas lembrou
publicamente aquando da sua apresentação como treinador e continua
a referenciar agora que é Presidente do FC Porto. Sendo ela, essa, sim, o tema em
apreço, desta vez aqui a evocar, para o caso que vem a propósito lembrar.
Porque as escritoras de literatura infantil ficam na memória das crianças que, quando
se tornam adultos, lembram as influências que permanecem desde o imaginário infantil,
também.
Ora, vem isto a calhar por uma leitura surgida diante de meus
olhos, por estes dias, da lavra duma autora de literatura infantil nos dias que
correm. Por acaso neta dessa senhora que foi escritora em tempos idos. E, a neta,
é prima de André Villas-Boas. Ou seja, como o sangue corre nas veias, dessa avó
escritora descende uma neta com a mesma veia das letras – Cristina Villas-Boas.
Não admirando que em tal família, tão dotada, esteja igualmente incluído e tenha
descendido também o atual “Timoneiro” do Futebol Clube do Porto, este a fazer ativamente história nos anais desportivos do grande clube azul e branco que tem o dragão
como símbolo afetivo.
Descendendo dos Kendall que foram pioneiros na fundação do
FC Porto, a árvore de cipoal Villas-Boas do nosso André chegou ao 1.º Visconde
de Guidhomil e ao Conde de Paçô Vieira. Até que «o filho mais novo do 1.º
Visconde de Guidhomil e avô de André Villas-Boas, Gonçalo, se casou com
Margaret Neville Kendall cuja família da mãe – os Burns – era de Lancashire e
Merseyside. A ligação a Portugal vem por parte da família dos pais de Margaret,
os Kendall, que estiveram no país há pelo menos quatro gerações, provavelmente
ligados à indústria do Vinho do Porto. Foi com esta avó, Margaret, nascida em
Lordelo do Ouro (Porto), que Villas-Boas ensaiou a primeira aproximação à
língua inglesa…» (do livro “ANDRÉ VILLAS-BOAS SPECIAL TOO”, publicado em 2011).
Pois então, a escritora Cristina Villas-Boas, jornalista e tradutora de
profissão (e mãe de principal ocupação, como diz na sinopse do seu livro “A Pampa e o Pampo”), autora de
literatura infantil, lembrou a avó Margaret com uma bonita ilustração, descrita em ternura vertida na recordação da matriarca da família Villas-Boas. Em modo de dar a conhecer a seus descentes a visavó de suas filhas e familiares de mais recente
geração.
Algo que, por toda a envolvência da quadra e afetividade, se colhe e coloca aqui, a luzir, como reluzentes adereços da temporada natalícia:
«O fim-de-semana foi dela. É sempre dela nos dias 7 e 8 de
dezembro, o seu dia de aniversário e o dia em que festejava o dia da mãe. Por
isso não podia deixar de destacar uma das atividades mais simbólicas do
advento. Recordar a Granny, a nossa Granny, que partiu há 17 anos e não há um
dia em que não esteja presente na vida de todos nós (e somos muitos!)…
Trazer-lhes a bisavó ao imaginário e à realidade, mostrar-lhes a pessoa, mãe e
mulher extraordinária que nunca chegaram a conhecer, mas que conhecem tão bem
desde tão pequeninas. Muito do que era a Granny elas aprendem pelos livros que
escreveu, onde está para sempre registada muita da sua humanidade e amor pelos
outros.
Hoje é dia de a ler. E é sempre uma das nossas atividades
preferidas: celebrar as nossas estrelinhas (que a bisavó materna, a minha
super-heroína, também tem direito)» – Cristina Villas-Boas Vaz, a 9 de dezembro de 2024!
– (Sendo a escritora Margaret) Visavó materna para a descendência da Cristina e paterna
para a prole sucessora de André Villas-Boas.
Fica aqui então esta bela memória da escritora Margaret
Kendall. A senhora avó e visavó Granny da família Villas-Boas do Porto. Narrada
pela literata sucessora Cristina Villas-Boas. Envolvendo, aqui para nós, o que
representam as letras que marcam a vida de pessoas que fazem parte da vida de
muita e boa gente.
Armando Pinto
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