Abriu e está patente ao público a exposição “Américo”, junto ao museu do FC Porto, em homenagem evocativa ao icónico guarda-redes portista Américo Lopes. Como autêntico ícone da representatividade azul e branca da era difícil em que bem defendeu a baliza do FC Porto.
Uma exposição que Américo bem merece e justifica apreciação. Tendo ele ficado no imaginário como guardião
heroico na defesa do baluarte nortenho ante as arremetidas do sistema futebolístico BSB desse tempo. Como se dizia que Américo, com arreganho nas suas defesas
destemidas e elasticidade a voar para onde aparecesse a bola vinda dos
adversários, conseguia valer por muitos e enchia a área da baliza. Nesse tempo
em que o futebol no FC Porto não conseguia ser muito vitorioso, mas mesmo assim
se elevava o valor do guarda-redes, salientando-se por seu valor. Mérito e respeito
que leva a que na passagem de 11 anos desde a abertura do Museu FC Porto BY
BMG, sirva a preceito esta exposição como símbolo que representa a mística consubstanciada
no significado museológico do Dragão.
Está pois aberta ao público desde este sábado, dia 26 de
outubro, essa exposição. Desde então, aberta publicamente no dia comemorativo de
11 anos em que o Museu abriu portas a toda a gente. Depois de na véspera ter
sido inaugurada pelo presidente André Villas-Boas, junto com familiares do homenageado
e pessoas ligadas ao mesmo.
Com efeito, foi inaugurada na sexta-feira, dia 25, na sala
multiusos do Museu do FC Porto, a exposição temporária dedicada a Américo,
guarda-redes “Baliza de Prata”, campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal
pelos dragões. Alvo agora desta exposição, Américo, falecido em 2023, que em
seu tempo de jogador do FC Porto recebeu um Louvor do Estado e foi agraciado
com as mais altas distinções do clube, com destaque para o Troféu Pinga e o
Dragão de Ouro. Em cuja cerimónia de inauguração marcaram presença André
Villas-Boas, presidente do FC Porto, a viúva e a afilhada de Américo, bem outros
membros da família e ainda convidados da própria família, mais outros elementos
da Direção do FC Porto e também a diretora do Museu, Mafalda Magalhães, mais o
curador da exposição, Maurício Pinto.
Também ali o autor deste blogue esteve, então. Havendo podido
estar presente a convite da esposa do sr. Américo, D. Arminda Couto, de sua
afilhada, D. Isabel Leite e também da filha desta, Ana Albergaria, que tem em
mãos um livro biográfico sobre Américo, já pronto, mas à espera de
possibilidade de publicação.
– Ali tendo eu assim marcado presença afetiva, com muita
honra e satisfação, mesmo, por ser o fã n.º 1 do guarda-redes Américo do Porto,
como disse um familiar. Tendo aí, na manhã de quinta-feira, revivido momentos
que me transportaram a tempos do meu portismo inicial de infância, do tempo do
guarda-redes Américo. Por amável convite da família, em reconhecimento do que
me tem sido possível fazer por sua memória, com enfoque no meu blogue
“Memória Portista”. Podendo ter estado presente na abertura da
exposição em sua memória, no Dragão (espaço da sala polivalente exterior ao
museu do FC Porto). E ali então também pude conviver com a adorável senhora
esposa do meu amigo sr. Américo e toda a sua família, de modo especial com a D.
Isabel, mais seu marido e filha Ana, a autora do possível livro sobre o nosso
Baliza de Prata. E toda a família e amigos, naturalmente. Tal como pude mais uma vez
estar com o nosso Presidente, que é alguém muito especial. E ainda os
vice-presidentes Francisco Araújo e João Borges, mais o assessor da Direção
Fernando Pereira, como também Bárbara Borges, assessora do presidente, além de
outras pessoas de funções diversas no clube. Disso tudo resultando a boa
sensação pessoalmente sentida, quão então ficou registado num desses bons
momentos por uma fotografia alusiva, junto com a família e o presidente.
A exposição reflete a imagem de Américo, em grande, mesmo
como as grandes fotos expostas, além de tantas medalhas, taças, e tudo o mais
ali patente, Com saliência para a sua Baliza de Prata, o trofeu Pinga e o
Dragão de Ouro, e logo ao lado as salvas recebidas de homenagens em vida,
também. E ainda a Medalha do Governo e outra da Federação, e ainda diplomas de louvores.Tal como a grande “Taça Somelos-Helanca, de melhor da época” (que ganhou em 1968 e desde então sempre esteve nas antigas versões do museu, na Sala-museu Afonso Pinto de Magalhães, da antiga sede e depois nas Antas). Mais a Medalha da terra efetiva e de residência, São Paio de Oleiros,
etc. E diversas fotografias e recortes de jornais, de seus álbuns. Numa disposição apelativa. Naturalmente sem conter todo o acervo legado
por Américo, faltando algumas peças que estavam no museu de sua casa, facto que
se entende para não preencher demasiado o espaço.
Está, contudo, bem conseguida a exposição, contendo boa
parte do espólio legado por Américo, do que ele recebeu durante sua carreira ao serviço do FC Porto e da Seleção Nacional, quão guardou e por fim
ofereceu ao FC Porto.
Na sessão inaugurativa, o Presidente André Villas-Boas fez
as honras da casa e salientou:
«Foi o quarto guarda-redes mais utilizado de sempre na
história do clube [272 jogos], sendo uma pessoa que deixará saudade aos
adeptos, particularmente aos que o viram jogar sem luvas, a sua marca de
distinção, apesar de termos ali umas luvas que utilizava em jogos à chuva e
que, ao lado das do Diogo Costa, refletem bem a evolução dos tempos».
Analisando
ainda Villas-Boas a realização como «Uma homenagem sincera, só possível com a
generosidade do Américo e da família, o respeito pelo FC Porto e que dignifica
a história do clube e do Museu». «Uma homenagem que só é possível com a grande
ajuda da família e do Américo, que em vida decidiu doar todo o espólio ao FC
Porto. A Mafalda [diretora do Museu] conta-me que foi um espólio bastante
grande e que obrigou à invasão da privacidade da família do Américo, que
recebeu de braços abertos o Museu, permitiu a recolha de todos os objetos que
aqui estão e tornou possível esta grande homenagem a alguém que dignificou o
nome do FC Porto. Uma homenagem sincera, que dignifica a história do Clube e do
Museu.»
Acrescentou ainda o Presidente Villas-Boas: «Agradecimento
eterno a Américo e à família. Acabámos de ouvir o relato sincero da sua
afilhada, Isabel, que conta que o único arrependimento do Américo era não ter
sangue azul nas suas veias. É bem personificada a sua dignidade e generosidade
nesta doação ao Museu. Estamos imensamente orgulhosos de receber a sua coleção.
É a primeira grande figura do FC Porto que doa a coleção ao Museu e esperamos que
mais se sigam neste ato de generosidade que nos dignifica enquanto clube e
dignifica a nossa história. Vamos guardar este ato no nosso coração e queremos
agradecer à família todo o seu esforço.”»
A exposição, aberta ao público este sábado, dia 26 de
outubro, fica na área de entrada livre do Museu, na sala polivalente, até 28 de
fevereiro de 2025.
No epílogo, da homenagem ao homenageado guarda-redes
internacional Américo Ferreira Lopes, tive a grata surpresa de ter sido presenteado
com uma amável oferta da esposa do meu amigo e saudoso senhor Américo. Tendo
então recebido das mãos da D. Arminda Ferreira Couto uma caneta de tinta permanente
que foi do uso pessoal de seu marido, que ele recebera em tempos e tem inclusive
seu nome, em escrita espanhola (A. Lopez), por ter sido correspondente a uma
oferta algures num país de língua castelhana. Uma especial recordação que passou pelas mãos
dele e agora está já no meu local de objetos portistas de estimação.
A terminar a manhã da homenagem em beleza, todos nós, os
participantes na inauguração da exposição de Américo, tivemos uma visita guiada
ao Museu, percorrendo todos os corredores e recantos da exposição permanente do
Museu do FC Porto. Pousando os olhos também na estátua que lá está de Américo, em
sítio alto, sobre o autocarro da vitória…
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site