O FC Porto bateu o Benfica na “Negra” ao 5º Jogo da Final do
Campeonato e conquistou o 24.º título nacional de hóquei em patins.
Como registo, anota-se o texto com que na página oficial do
clube, em fcporto.pt, é narrado o facto histórico.
«O FC Porto é campeão nacional de hóquei em patins! Na
quarta-feira 29 de junho, Dia de São Pedro, no Jogo 5 da final do Play-off do
Campeonato Nacional, os azuis e brancos receberam e bateram o Benfica por 3-2,
no Dragão Arena, e assim carimbaram a conquista do 24.º título de campeão
nacional, registo que isola o FC Porto na liderança deste particular: à entrada
para este jogo, FC Porto e Benfica estavam empatados com 23 campeonatos cada
um.
Estava jogado pouco mais de um minuto quando Gonçalo Alves
provocou a primeira explosão de alegria num Dragão Arena que voltou a
justificar as palavras de Ricardo Ares na antevisão: no que diz respeito ao
hóquei em patins, é mesmo o melhor pavilhão do mundo. O Benfica ainda chegou ao
empate por intermédio de Pol Manrubia, mas Carlo Di Benedetto não deixou que o
intervalo chegasse sem que o FC Porto estivesse novamente na frente do
marcador.
A etapa complementar não foi tão animada quanto a inicial e
o placar só voltou a mexer nos minutos finais, o que diz muito sobre o
equilíbrio que marcou o segundo tempo. A pouco mais de seis minutos do fim,
Pablo Àlvarez estabeleceu o 2-2 e voltou a deixar tudo igual, mas o clássico
não ficaria por aqui. Na cobrança de um livre direto, Gonçalo Alves colocou o
FC Porto numa posição privilegiadíssima para conquistar o título e a equipa
comandada por Ricardo Ares não vacilou.
Fica assim fechada com chave de ouro uma época
verdadeiramente memorável para o hóquei em patins portista, abrilhantada com
três troféus erguidos: à Taça de Portugal e à Taça Intercontinental, o FC Porto
juntou-lhe o Campeonato Nacional. Ganhou aquela que foi, de muito longe, a
melhor equipa ao longo de toda a temporada.
FICHA DE JOGO
FC PORTO, 3 – BENFICA, 2
Campeonato Nacional, Play-off, final, Jogo 5
29 de junho de 2022
Dragão Arena
Árbitros: Joaquim Pinto e Pedro Figueiredo
FC PORTO: Xavier Malián (g.r.), Xavier Barroso, Ezequiel
Mena, Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto (Cinco inicial)
Suplentes e reforços durante o jogo: Tiago Rodrigues (g.r.),
Telmo Pinto, Reinaldo García, Rafa e Carlitos Ramos
Treinador: Ricardo Ares
BENFICA: Pedro Henriques (g.r.), Edu Lamas, Diogo Rafael
(cap.), Pol Manrubia e Pablo Àlvarez
Suplentes: Rodrigo Vieira (g.r.), Poka, José Miranda, Tiago
Sanches e Gonçalo Pinto
Treinador: Nuno Resende
Ao intervalo: 2-1
Marcadores: Gonçalo Alves (2m e 45m), Carlo Di Benedetto
(17m), Pol Manrubia (21m), Pablo Àlvarez (44m)».
Ora, como tão importante feito merece mesmo ser e ficar
memorizado a preceito, acrescenta-se ainda a reportagem do jornal O Jogo, do
dia seguinte, edição de 30 de junho de 2022.
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Relacionado com o historial do hóquei patinado portista, a
propósito da ocasião deste grande triunfo, que coloca o FC Porto com mais
títulos de vencedor do Campeonato Nacional, faz-se uma retrospetiva a recuar
até meados dos anos sessenta. Sendo de recordar que o FC Porto tivera uma primeira
e episódica experiência em 1946, de apenas uma época, para em 1955/1956 ter
assumido em definitivo a prática do Hóquei em Patins no seio do Clube. Período
em que foi Campeão Regional e Metropolitano da 2ª Divisão, para depois na 1ª
Divisão ter andado diversos anos à espera de ser Campeão Regional. Tempo em que
se salientou durante algum tempo a inclusão de Acúrcio, hoquista / avançado que
era também futebolista / guarda-redes, o qual chegou então a ser incluído na
Seleção nacional e como tal sido o 1º hoquista internacional do FC Porto. Até que
de princípios e a meio dos anos de 1960 em diante começou a engrenar melhor o
andamento sobre patins, já em tempo de valorosos hoquistas como Alexandre Magalhães,
Leite, Oliveira e outros. Chegando por fim a era da afirmação com Cristiano,
Magalhães, Leite, Ricardo, Branco, Castro e Cª, a partir de 1967/68. De modo
que em 1968/1969 já o FC Porto foi Campeão Regional e Metropolitano, além de
Vice-Campeão Nacional, com Cristiano, Magalhães, Leite, Ricardo, Hernâni,
Brito, Castro, Rui Caetano, Joel, Sobral, Valentim, etc., etc.
Pois então, assim como agora é de vitoriar os Campeões
atuais e todos os antecessores desde os princípios dos anos oitenta, em que
começaram as conquistas do campeonato nacional, não se pode olvidar e merece
lembrança os que evoluíram em rinque com a camisola azul e branca nos tempos
mais difíceis. Sendo, para o efeito, ocasião de recordar algo desses tempos
através de algumas imagens memorandas e entrevistas elucidativas desses lustros.
Tais como:
– Em fevereiro de 1964, Alexandre Magalhães ao lado do treinador Domingos Perdigão, testemunhando no rinque da Constituição o ato simbólico da tomada de posse dos então novos seccionistas do Óquei em Patins (como se escrevia à época). Quando o até ao tempo diretor Carlos Pinto deu lugar a José Rodrigues Pinto e o novo chefe de secção escolheu diversos associados para diretores seus colaboradores, entre os quais Jorge Nuno Pinto da Costa, ali presente também.
***
– Em Outubro seguinte, depois de Alexandre Magalhães ter
feito já parte da Seleção do Norte, aconteceu ter sido dispensado perante cenário
derivado de se ter mantido fiel ao clube e não ter aceitado ir jogar no
Académico do Porto – conforme ele contou no jornal O Porto em entrevista após haver
sido selecionado para os treinos e depois dispensado, em 1964.
– Seleção essa em que felizmente estiveram incluídos Leite e
Oliveira, como se pode recordar também por recorte de informação coeva do
jornal O Porto.
– Sinal da importância do mesmo Alexandre Magalhães na
equipa do FC Porto por esses tempos, ele foi galardoado com o “Trofeu Pinga” de 1964,
como referência do Hóquei em Patins do Clube.
– Aquando da visita do campeão moçambicano Malhangalene ao
Porto, em trânsito para ida a Lisboa onde disputou e venceu a Taça de Portugal,
em 1965. Sendo então essa honrosa visita no âmbito da ligação clubista, visto o
clube moçambicano ser filial do FC Porto e na secção de hóquei era um grande a
nível nacional e internacional.
Em 1965, já com Laurentino Soares como treinador, a equipa
do FC Porto. Cuja legenda é sintomática.
ARMANDO PINTO
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