“A Primavera da vida é bonita de viver, tão depressa o sol
brilha como a seguir está a chover…”. Tal como escreveu o grande poeta e
letrista de canções Carlos Tê, por sinal grande portista que, como já referiu,
dá também valor aos ídolos do passado de tempos da longa travessia do sistema
BSB, como aos mais vencedores de épocas vitoriosas na luta contra o sistema
reinol do centralismo sulista e elitista. E é bem verdade tal facto da
Primavera ser assim. Mesmo, como é realmente na própria estação primeira de
cada ano e nos dias que correm se passa, mais uma vez. Quão ocorre com a vida, passadas as primaveras e chegados tempos de idades mais maduras.
Pois entrada a Primavera deste ano, estando-se precisamente na
fase da renovação da natureza em que se renascem plantas e tudo o que floresce,
temos a boa sensação de ver árvores de longa duração a deitarem novos rebentos.
Tal qual antigos ídolos do ecletismo portista ainda resistentes na vida deitam
sarmentos afetivos, deixando sentimentos derivados de seu carisma, como as
videiras de boas cepas, no portismo de gente que sente algo especial por tudo o
que fica dos que são praticamente de família, da família portista. Havendo
ainda, felizmente, alguns desportistas de outrora que vestiram a camisola azul
e branca do FC Porto, dos tempos mais antigos ainda presentes em lembranças de
gerações seguintes. Tal qual antigos futebolistas, ciclistas, hoquistas e outros
atletas de eras dos anos 50 e 60 ainda vivos, por serem de épocas das gerações
que podem ter recordações presentes. Como lembra os casos dos ciclistas Mário
Silva, Ernesto Coelho, José Pinto, Gabriel Azevedo, José Luís Pacheco Joaquim Leite, Hubert Niel, Custódio
Gomes, etc, e dos hoquistas Alexandre Magalhães, João Brito, Leite, Cristiano,
Castro, Hernâni Martins, António Júlio, Fernando Barbot filho, etc. dos ainda
vivos e anteriores aos anos 70, etc. etc.
Sendo desta vez uma boa ocasião de
referir particularmente o caso do futebol, em que resistem no mundo alguns “Jogadores
do Porto”, antigos campeões, que estão à beira e a passar dos 90 anos de idade. Quando o FC Porto
pode de novo ser campeão nacional.
Há felizmente ainda, por ora, nos dias que correm, pelo
menos quatro antigos futebolistas da década dos anos cinquenta ainda vivos.
Sendo dum lote de 4 mais velhos sobreviventes de tempos mais antigos, o antigo extremo
José Maria (este, o avançado Zé Maria Matos, nascido em 1930, já passou dos 90,
estando presentemente com 92), mais o guarda-redes Américo Lopes (com 89 anos,
entrado assim na casa dos próximos 90), Carlos Duarte (a chegar aos 89) e o
médio Sá Pereira (com 88). Todos os quatro integrantes do plantel do clube
desde os anos 50, com Zé Maria, Carlos Duarte e Henrique Sá Pereira campeões no
título nacional de 1955/1956 e Carlos Duarte e Américo no de 1958/1959, além
das Taças de Portugal, em cujas conquistas Carlos Duarte e José Maria
participaram em 1955/1956 e Carlos Duarte na de 1957/1958, bem como Américo na
de 1967/1968.
Um quarteto de luxo, este. De célebres futebolistas que
estão na história do FC Porto e do futebol português. Sabendo-se por isso muito
a seu respeito. Com admiração do universo portista, sendo uma honra ainda se
poder ver grandes valores desses tempos heroicos, como felizmente restam estes
mesmos Américo, Carlos Duarte, Zé Maria e Sá Pereira, por exemplo (dos que
estão na casa idosa dos 80 e 90 anos, mais precisamente a chegar e a passar dos
90 e dos quais se conhece a situação atual, por estes dias de 2022). Com
direito a constar na Memória Portista.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site