Entre “Curiosidades e Rememorações Portistas”, tem desta feita
aqui sua vez uma oportunidade de rememorar quando o FC Porto atingiu o número
de 30 mil sócios. E na calha evocar o histórico sócio 30.000.
Sabe-se e entende-se que nos primórdios do desporto em Portugal
e mormente na implantação dos clubes desportivos, o seu conhecimento inicial se
circunscreveu às zonas de sua influência, perante os atrativos capazes de
proporcionar a atenção pública. Tendo depois começado a alargar-se seu raio de conhecimento
e ação. Havendo em Portugal naturalmente contribuído a divulgação social
prestada pelos meios de comunicação noticiosa, que privilegiaram as coletividades
da capital e depois também, em menor escala, das outras cidades mais
importantes. Até que com o impacto do ciclismo, porque as corridas de bicicleta
de competição passavam pelo país além, começaram a ser vitoriadas as camisolas
dos ciclistas das equipas vencedoras. E, por fim, com a difusão dos relatos
radiofónicos dos jogos de futebol tudo foi ganhando outras proporções. Daí que,
por exemplo, nas grandes cidades, antigos clubes de nomeada foram perdendo
terreno para outros de maior número de adeptos, porque passou a contar mais o
grosso da coluna de apoiantes espalhados pelo país. Tanto assim foi que nas
primeiras décadas e até sensivelmente pelos anos a chegar à metade do século XX,
os clubes de maior grandeza, já então, ainda tinham diminuto número de sócios.
Visto a grande maioria de seus simpatizantes nem se poderem deslocar para assistir
aos jogos, seguindo apenas pela rádio e depois pelos jornais, enquanto quem ia
aos campo ver os jogos eram sobretudo os que viviam mais perto.
Com essa envolvência, não admira que em 1955, quando o FC
Porto atingiu a marca de 30 mil sócios, passando a haver um sócio já com esse
número, o facto foi devidamente assinalado no jornal O Porto, em seu número de
29 de novembro desse mesmo ano. Acontecimento que aqui e agora se recorda,
assinalando a ocorrência noticiada em Novembro, mas que, para então vir a
público, tinha acontecido antes.
Eram então ainda reduzidos os números na contabilidade, também…
Para se ter ideia de como era o enquadramento sócio-desportivo,
nesse tempo, note-se que as receitas das cotas dos sócios do FC Porto somavam
trezentos e tal contos (mais precisamente 318.065§00 (318 mil e mais 65 escudos)
nas contas em outubro de 1955. Como se verifica pelo mesmo jornal O Porto de
novembro seguinte.
Então, por ser de elementar interesse e justiça, recua-se no
tempo para recordar quem foi o sócio n.º 30 mil do FC Porto, partilhando da
edição do jornal O Porto essa caixa noticiosa de relevo publicada há 68 anos,
em 1955. Sendo que esse sócio, criança de tenra idade ao tempo, se eventualmente continuou a
ser sócio pelo tempo adiante, deve já ter recebido a Roseta de Ouro há uns anos; e, se for vivo, como se deseja, com 71 anos, será agora sócio há 68 anos, em
2023.
Armando Pinto
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