Está na crista da onda haver comentários de apaniguados da má
situação atual do nosso clube, a desdenhar de quem quer a mudança e um melhor
futuro para o FC Porto. Sabendo-se que, além dos interessados na manutenção do
estado a que chegou o clube, por interesses particulares, uma outra parte dos
renitentes é de pessoas agarradas ao que chamam de gratidão, como se isso ainda
fizesse diferença no futuro – porque o que passou, passou… e interessa o que
pode advir. Sendo de respeitar e sobretudo conhecer a História, fazendo memória,
para que sirva alguma coisa para o futuro, mas com novos horizontes. Não se
entendendo porém, extravasando isso tudo, como alguém pode colocar pessoas e
nomes à frente dos interesses do FC Porto, que está atualmente em autêntico
declínio.
Ora porque, contrariando comentários desses, como sou do
tempo da espera dos tais 19 anos de travessia e não sou apenas dos tempos das
vitórias sucessivas e muito menos das últimas décadas (embora até gostasse de
ser mais novo e ter pela frente ainda mais anos de vida, obviamente), aqui fica
esta mensagem pessoal de considerações, na pertinência do momento.
Pois então, porque do passado alguma coisa deve ficar e ser
conhecida de todos, há que relembrar, também: – O FC Porto, depois de ter
conseguido outrora em luta contra o sistema a vitória no Campeonato Nacional de
futebol em 1959, superando o caso Calabote, passou de seguida tempos difíceis
de gestão, culminando a meio da década de 60 com uma crise financeira, no tempo
da presidência de Nascimento Cordeiro, que levou à venda ao rival Benfica do
então mais promissor futebolista da equipa principal portista, Serafim, algo
que caiu muito mal no seio da massa adepta do clube. Pois então dentro do FC
Porto houve uma decisiva reação que levou à constituição duma Comissão
Administrativa, para gerir o clube até à eleição duma nova Direção. Sendo
tempos depois eleito Afonso Pinto de Magalhães como Presidente, numa gerência
que, com os antigos Presidentes Dr. Cesário Bonito e Dr. Miguel Pereira na
entreajuda, criou as bases de novo futuro e edificou autenticamente a maioria
das construções que vieram a constituir a cidadela desportiva das Antas. Após
esse período, Pinto de Magalhães soube sair a tempo, dando lugar a nova geração
de dirigentes, encabeçados pelo Dr. Américo Sá a Presidente. O qual, mais tarde, depois de
anos de grande fulgor, rodeado por dirigentes que impulsionaram o futebol, como
o Dr. Nuno Campos, Alfredo Borges, Jorge Vieira e Jorge Nuno Pinto da Costa, passou
pelo período de contestação após o verão quente de 1980 nas Antas, que dividiu a opinião e posições dos adeptps portistas, devido ao diferendo
de Pinto da Costa com Américo Sá. Este, percebendo o que se passava, desistiu
de continuar, deixando caminho livre a um sucessor. Acontecendo então que,
tendo havido um movimento tendente a nova candidatura de Pinto Magalhães, que
tinha forte apoio, este soube retirar-se da corrida às urnas, deixando caminho
livre a uma lista única que foi presidida por Pinto da Costa.
(Estou à vontade, pois na ocasião apoiei Pinto da Costa por antever que ao tempo seria melhor para o clube, como passados estes anos, porque tudo tem seu tempo, antevejo agora ser Villas-Boas o melhor para o futuro, para bem do FC Porto!)
Agora, que o FC Porto passa por momento triste e infeliz, como se tem
verificado, Pinto da Costa não soube retirar-se em tempo útil, em grande como
se diz, vendo-se como está o estado do clube; e em vez de tentar minimizar os
efeitos da gestão dos anos recentes, pelo menos, continua agarrado ao lugar e
assim está a criar divisão na massa associativa, ciente que é necessária a
mudança para bem do Clube. Enquanto cresce cada vez mais o apoio popular e
sobretudo associativo a André Villas-Boas para futuro Presidente do FC Porto.
A verdade dos tempos que correm no ambiente azul e branco do
Dragão.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site