Em fevereiro de 1989, há 35 anos, conta a perfazer por estes
dias de fevereiro de 2024, deu-se o triste e inesquecível «caso Gomes», no FC
Porto. Acontecido tal na ilha da Madeira, onde a equipa principal do FC Porto
se encontrava para disputa de mais um jogo diante do Marítimo, para o Campeonato
Nacional. Quando Gomes na defesa do plantel, como capitão de equipa, saiu
prejudicado diante do treinador-adjunto, Otávio Machado. E sem defesa do
treinador principal, Artur Jorge, e sobretudo da comitiva presente da Direção,
liderada por Pinto da Costa, foi aí tirado da equipa. Acabando por sair da convocatória, primeiro,
e depois suspenso. Levando isso, com a instauração de um processo, no clube, ao
resultado de Gomes ter sido obrigado a sair do clube e ir representar outro
clube grande, de modo que teve de acabar a carreira em Lisboa num dos rivais,
no Sporting.
Resumidamente, dizem os ecos dessa jornada, «Fernando Gomes
irritou-se na tardia chegada ao hotel no Funchal, quando começou a ser servida
a refeição a dirigentes e técnicos e o capitão alegou que os jogadores deveriam
ser servidos em primeiro lugar, para recolherem e de seguida poderem ir
descansar, com vista ao jogo que tinham de disputar. Ao que Octávio ripostou em
nome da equipa técnica e o caldo entornou-se.»
Então, continuando a lembrança, «o bibota de Ouro não
jogaria no dia seguinte ante o Marítimo, afastado que foi da equipa. Não
voltaria a jogar pelo FC Porto até ao final dessa época 1988-89 e a 1 de Agosto
de 1989 ingressou no Sporting.
O jogador foi sujeito a um processo disciplinar e afastado,
de início, do contacto com a equipa. Foi época em que os dragões não venceram
qualquer troféu, nesse período. Artur Jorge assumira o comando técnico e
voltara com Octávio para reatar épocas de sucesso – e iniciar o que ficou
conhecido, no final dessa época, pela “limpeza de balneário” e a
saída de tantos históricos, de Pacheco a Frasco, de Lima Pereira a Quim.
Mas em 1988-89, sem Fernando Gomes, o FC Porto nada ganhou… Fernando
Gomes ingressaria no Sporting para dois anos de êxitos pessoais e
reconhecimento dos leões, confirmando os seus dotes de goleador. Houve processo disciplinar ao grande goleador. Mas pela sua
estatura como símbolo do clube e com outras preocupações para refazer a equipa
para o futuro, as coisas arrastaram-se e a conclusão da ação disciplinar do
clube deu-se já com Fernando Gomes de leão ao peito.»
Dessa situação, porque a história se não pode esquecer nem
apagar, se dá conta aqui na Memória Portista, através de visão de uma página
jornalística e mais recortes da época, ainda com o processo em curso. Sem necessidade de
pormenorizar mais, embora se necessário também se possa fazer e refazer ainda mais, bastando
porém as letras grandes para avivar infelizes mas inesquecíveis memórias.
Armando Pinto
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