Em 1978, a 18 de julho, o meu mundo teve um pico máximo na rota do tempo universal. O globo terrestre deve ter parado, ou ficado suspenso na órbitra, porque nem dei conta do tempo passar, nesses instantes e horas.
Então, há 46 anos, eu vivi um dia muito especial. Algo que não consigo
descrever em poucas palavras e até mereceu como tal um dos contos do meu livro
“Sorrisos de Pensamento” (publicado em 2001). Algo que recordo ainda:
como pela primeira vez senti um sentimento assim ao olhar o meu primeiro filho.
Sensação que não se explica mas sente, e eu senti bem! Bem como nunca é
demasiado recordar.
O FC Porto havia sido Campeão Nacional de futebol pouco tempo antes, tendo finalmente vencido o Campeonato Nacional da 1ª Divisão, como era chamada a agora 1.ª Liga. E aliás muitos anos antes também se chamara, assim, como a dizer que a história se repete, mas sem entretanto ser somado oficialmente o número dos títulos todos juntos, para efeitos da galeria de vencedores do Campeonato, por não interessar ao clube do regime essa conta total…
Então, com esse título, finalmente, depois de tantos anos de espera, veio precisamente no jornal O Porto dessa semana a reportagem mais alargada do mesmo. Enquanto, com todo o entusiasmo misturado, tive comigo esse mesmo jornal enquanto passava o primeiro dia junto ao meu filho e à minha mulher, na maternidade do hospital onde ele nascera e eu estivera desde as horas noturnas do nascimento e estava ainda absorto de bem-estar e auto-estima durante o dia.
Depois, logo que possível inscrevi-o como sócio do FC Porto.
Salvé 18 de Julho de 1978, agora lembrado em 2024.
Estava eu com 24 anos, festejados alguns dias antes. Tal como tivera outra boa sensação, pois o FC Porto havia vencido o Campeonato Nacional de futebol da época 1977/78 pouco tempo também antes, a 11 de junho, e quando retornei para o hospital para passar o primeiro dia de vida do meu filho recebi o jornal O Porto com a reportagem alargada desse campeonato, chegado ao fim de 19 anos.
À época tentei logo inscrevê-lo como sócio, mas era preciso entregar fotos e não tinha fotografias de jeito dos primeiros dias, a não ser connosco e com familiares. Então a inscrição ficou à espera – conforme passados tempos recebi com ofício da praxe a respetiva guia e recibo. E então, após ter “tirado” uma fotografia a preceito, o cartão foi feito, passados tempos.
Também por essa ocasião no jornal O Porto veio uma nota de felicitações, por atenção e galhardia dos responsáveis do jornal do clube. Em publicação aparecida de surpresa n’ O Porto nº 1176 de 23/08/1978.
Desse princípio de vida continua bem guardado o cartão de sócio, de mais um Portista, este bem especial – Nuno Cristiano Sampaio da Costa Pinto. O meu sócio, proposto por mim, naturalmente.
E dele tenho ainda uma inesquecível fotografia com a camisola do FC Porto, em criança. Num suporte de livros que hoje até suporta os livros que tenho sobre André Villas-Boas, o nosso Presidente!
Armando Pinto
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