Novembro é mês deveras marcante na vida do FC Porto, colocando
em destaque na memorização portista as boas memórias das entregas das duas
Botas de Ouro ao nosso Fernando Gomes, em 1983 e 1985, por isso mesmo “Bibota”, mais a
inauguração do estádio do Dragão, em 2003, e interligações à nova e atual casa maior do FC Porto. Como foi e é o caso do chamado “Passeio da Fama” que circunda
o estádio do Dragão. Cujas placas circulares lembram e homenageiam grandes nomes
e grandes datas e acontecimentos do futebol sénior do FC Porto.
Há pois associação também, entre as efemérides das Botas de
Ouro entregues ao Gomes e o mês da inauguração do estádio do Dragão, por terem
sido ocorrências no mesmo mês, embora em anos diferentes naturalmente, além de puxarem atrás a lembrança de então ter ficado
a faltar placas a assinalar as Botas de Ouro e sobretudo uma evocativa da
figura do Gomes, maior goleador de sempre do FC Porto.
Ora, desde 16 de Novembro de 2003 que existe o “Passeio da
Fama do Dragão” à volta do estádio do futebol portista, através das placas circulares de homenagem
a factos e algumas pessoas históricas do futebol do FC Porto, inaugurado que foi no mesmo
dia da inauguração do então novo estádio.
Com efeito, a inauguração do Passeio da Fama foi um dos
pontos altos das cerimónias no novo estádio portista. Tendo, do vasto programa
idealizado pelos responsáveis azuis e brancos, se destacado a abertura da Praça
Azul, num espetáculo multimédia que envolveu os dois estádios (o das Antas,
quase em fim de vida, e o então já chamado Dragão a ser inaugurado) e
extensiva inauguração do passeio da fama, uma intervenção artística naquele
espaço a perpetuar momentos e personagens históricos. Mais o hastear das
bandeiras de Portugal, cidade do Porto, FC Porto, UEFA e Comunidade Europeia. Isso,
naturalmente, bem antes da passagem das cerimónias para dentro do estádio, onde
decorreu o célebre espetáculo de magia de Luís de Matos e o jogo da inauguração
com o Barcelona, quando se estreou Messi como senior pela equipa principal catalã.
Existe então o passeio da fama, com as placas circulares
alusivas colocadas entre a passadeira azul e branca às riscas, em volta do
estádio. Estando ali imortalizados alguns nomes emblemáticos do clube, embora
faltando outros tanto ou mais referenciais. Fazendo parte do Passeio da Fama o
fundador António Nicolau d’ Almeida, o refundador José Monteiro da Costa, Artur
Augusto (1º internacional portista de futebol, na Seleção Nacional), Valdemar
Mota (jogador de futebol e 1º atleta olímpico do clube), Simplício (ex-jogador
e criador do emblema do FC Porto com as armas da cidade do Porto), Hernâni (o “senhor General” do furebol portista e um
dos melhores futebolistas nacionais de sempre), Yustrich (treinador histórico de futebol do
título nacional de 1955/1956, ao fim de 16 anos), Pavão (futebolista que
morreu com a camisola do FC Porto em jogo, no próprio estádio das Antas), José
Maria Pedroto (o Mestre, treinador do título nacional de futebol de 1977/78, obtido após 19
anos de espera), Jorge Nuno Pinto da Costa (chefe do Departamento de futebol e
depois Presidente mais titulado), Rodolfo (futebolista formado no clube e que
depois do fim da lei da opção que prendia os jogadores aos clubes, foi o 1º que
só vestiu a camisola do FC Porto), Teles Roxo (chefe do departamento de futebol
da era das 3 conquistas internacionais, Taça dos Campeões Europeus, Supertaça europeia
e Intercontinental/ Mundial de Clubes), Madjer (autor do célebre golo de
calcanhar que abriu caminho à conquista da Taça dos Campeões Europeus, em
Viena), João Pinto (capitão da equipa na final de Viena, em 1987), Rui Filipe
(um dos diversos desportistas falecidos enquanto representavam o clube, futebolista falecido em desastre de viação que mereceu a existência de um
busto que esteve junto ao estádio das Antas e depois foi transferido para a
zona nobre do interior do estádio do Dragão), Vítor Baía (guarda-redes que
chegou a ser recordista de títulos), Jorge Costa (capitão da equipa nas finais
da Taça EUFA de 2003 e Liga dos Campeões Europeus em 2004). Além das
placas que recordam os primeiros títulos nacionais de futebol e as grandes
conquistas nacionais e internacionais dos dragões.
Assim sendo, além desses que têm um lugar no Passeio da Fama que circunda o Estádio do Dragão, ficaram a faltar alguns emblemáticos nomes do futebol portista, autênticos ícones da História do FC Porto. Para apenas referir alguns, basta relembrar: Pinga (Artur de Sousa “Pinga”, considerado o melhor futebolista de sempre, a ponto de ter chegado a ter seu nome no galardão de reconhecimento do clube aos seus melhores, o Troféu Pinga, antecessor do atual Dragão de Ouro), António Araújo (que em seu tempo era referenciado no clube como Futebol Clube Araújo, e, também sendo exclusivo representante do FC Porto na Seleção Nacional, ou seja único a conseguir furar o sistema BSB na chamada equipa das quinas, a seleção era considerado Sport Lisboa e Araújo), também Soares dos Reis (1.º guarda-redes internacional do FC Porto),
Virgílio (1.º recordista de internacionalizações do FC Porto), Américo (1.º guarda-redes internacional formado no FC Porto
e guarda-redes que primeiro foi reconhecido com distinções nacionais, com realce para a 1ª Baliza de Prata), Fernando Gomes (duplo vencedor da Bota de Ouro da Europa) e ainda Jardel (vencedor também duma Bota de Ouro enquanto futebolista do FC Porto), mais os diversos Presidentes Honorários e outros Presidentes Históricos, com realce para os combativos Ângelo César, Urgel Horta e Cesário Bonito, e os emblemáticos Sebastião Ferreira Mendes, Paulo Pombo, Miguel Pereira e Afonso Pinto de Magalhães, eram e são merecedores de figurar entre os ilustres do escol azul e branco. Tanto como entre os acontecimentos, as duas Botas de Ouro do Gomes, mas uma do Jardel, bem mereciam ter referência entre os fastos assinaláveis da gloriosa História do FC Porto estampada em redor do estádio do Dragão.
Algo bem presente neste mês em que se comemora a inauguração do estádio do Dragão e em que passam as efemérides das entregas das Botas de Ouro ao “Bibota” Fernando Gomes, entre factos da cultura e sensações ímpares das emoções portistas.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site