No amplo Mundo Portista naturalmente há uma distância física
entre os dirigentes e os adeptos, mas no sentimento clubista há maior
aproximação entre todos, sobretudo pelo que representam os diretores que fazem
história apreciada pelos sócios e simpatizante do clube. Ficando na memória os
que produziram de seu trabalho em prol do FC Porto resultados memoráveis. Tal
qual, por exemplo, ficaram na eterna lembrança alguns Diretores como o Padre
Marcelino da Conceição, pela sua ligação à vinda de Araújo para o FC Porto, e Soares
dos Reis que trouxe para o Porto uns Hernâni, Américo e outros. Assim também, mais
tarde, Raúl Peixoto foi o diretor que foi buscar Sérgio Conceição.
Ora, Raúl Peixoto é um nome histórico do FC Porto, uma
figura da História do FC Porto. Sendo deveras familiar a quem acompanha a vida
do FC Porto o seu trabalho como Diretor do futebol jovem do clube. Mas antes
disso também foi atleta nas camadas jovens, no futebol e no andebol do FC Porto,
pelos idos anos da década de 60. Tanto que no livro “FC Porto figuras &
factos 1893-2005”, escrito por J. Tamagnini Barbosa e Manuel Dias, publicado como
produto oficial FCP, consta: «Raúl Lourdes Peixoto – Atleta. Futebolista em
1960/62 e praticante de Andebol em 1963/65. Como dirigente, foi diretor e Vice-Presidente
para a área do Futebol juvenil durante treze anos (1982/96), onde conquistou 28
títulos nacionais. Sócio do FC Porto com mais de 50 anos de filiação, recebeu a
“Roseta de Ouro”. Distinguido com o “Dragão de Ouro” em 1989 como “Dirigente do
Ano”. Membro do Conselho Superior há 23 anos, delegado n.º 1 da Liga Portuguesa
de Futebol Profissional (nove anos). Atualmente é Diretor Desportivo da Filial
n.º 32, Futebol Clube Penafiel.» Isso ao tempo da publicação, em dados oficiais
até 2005, portanto. Hoje consta como “Executivo de gestão” do Futebol Clube Do
Porto e está ligado à antiga Escola Artur Baeta, depois Dragon Force, na Vitalis
Park (nas novas instalações do antigo campo da Constituição). E além disso tudo
é um homem com muitas histórias em seu currículo memorial, de bons momentos e
decisões marcantes no percurso do FC Porto.
Naturalmente esta narrativa de descrição curricular fica
muito pela rama, mais a mais porque ultimamente não é muito referenciado. Importando,
no entanto, que no acompanhamento à vida do FC Porto é pessoa lembrada entre
a massa adepta mais atenta a tudo. Sendo que, entre tudo isso, também e especialmente, como diretor
Raúl Peixoto fica para a história pela vinda de Sérgio Conceição. Merecendo de
verdade um lugar na Memória Portista.
Podia ir-se buscar material de ilustração vária, além de fotos de
seus tempos de ligação às escolas junto com treinadores carismáticos como Artur
Baeta, António Feliciano, Custódio Pinto e Costa Soares. Mas para o caso, entretanto,
importa que continua a ser Figura do FC Porto. Bastando recordar o que mais o
liga à memória perene portista. Como o próprio antigo diretor do futebol
juvenil portista lembrou há tempos, em entrevista à comunicação social: «(Recordando
o dia em que contratou o atual treinador do FC Porto, como jogador, quando este ainda tinha 15
anos) … fui buscá-lo à Académica e trouxe-o para o FC Porto. Fiz-lhe um
contrato de duas épocas de júnior e duas épocas de sénior, sempre tivemos uma
amizade e intimidade muito grandes. Estamos felizes por ele se ter revelado um
treinador do nível que todos reconhecem. Sinto-me muito orgulhoso, falamos
muitas vezes, está sempre disponível, aberto ao diálogo, com sentimento de
responsabilidade”, começou por revelar Raúl Peixoto, contando depois um
episódio curioso. “Quando o Sérgio veio para o FC Porto tinha o Benfica e
o Sporting atrás dele. Fez-me uma pergunta engraçada: ‘- o senhor diretor acha
que jogo no FC Porto? E eu disse ‘não sou o treinador, mas se te venho buscar,
se estou a insistir que venhas para o FC Porto, é porque tenho quase a certeza
de que jogas, tens valor para isso, de outra forma não andava aqui à tua procura’.
Ele veio, fez carreira e é na verdade um treinador muito especial, um dos
poucos que passaram pelo FC Porto que encarna a mística do clube”, referiu
o ex-dirigente.”
Mais palavras para quê?!
Assim se faz também História do FC Porto.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site