A 12 de março de 1972 Rodolfo Reis estreava-se na equipa principal do FC Porto. Então o FC Porto jogava em Coimbra, diante da Académica, num período de transição do futebol no clube portista, e, como tal, aquela seria uma partida de estreias, com António Feliciano, treinador adjunto da casa, a assumir temporariamente o comando da equipa de honra até final dessa temporada, e Rodolfo Reis a entrar no onze principal. Tendo aí o jovem jogador, de
18 anos, sido lançado de início nesse jogo terminado a contento. E, após a vitória por 1-0, ele mesmo reconheceu ter
sentido o peso da camisola: “- Acredito que poderei fazer melhor se tiver novas
oportunidades”, confessou Rodolfo Reis na altura, muito antes de saber que
jogaria de Dragão ao peito mais de 330 vezes ao longo de 13 temporadas. Um caso
raro de amor à camisola, pois a do FC Porto foi a única de um clube que vestiu em toda a
carreira.
18 anos, sido lançado de início nesse jogo terminado a contento. E, após a vitória por 1-0, ele mesmo reconheceu ter
sentido o peso da camisola: “- Acredito que poderei fazer melhor se tiver novas
oportunidades”, confessou Rodolfo Reis na altura, muito antes de saber que
jogaria de Dragão ao peito mais de 330 vezes ao longo de 13 temporadas. Um caso
raro de amor à camisola, pois a do FC Porto foi a única de um clube que vestiu em toda a
carreira.
Essa vitória por 1-0 sobre a Académica, em Coimbra, foi portanto o primeiro passo ao nível sénior de uma carreira em que o histórico capitão só representou o nosso clube. No qual, entre 1972 e 1984, Rodolfo conquistou dois Campeonatos Nacionais (atuais Ligas), duas Taças de Portugal e duas Supertaças nacionais.
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No atual panorama futebolístico vem muito à baila das apreciações o tema dos jogadores de referência, facto que no caso portista se reflete na menção dos chamados jogadores à Porto. Algo que em épocas algo remotas era mais vincado, quando os futebolistas passavam muito tempo no clube. Embora não seja preciso ter andado muito pela Ribeira do Porto para se ter afeição ao clube com o nome da Invicta e se identificar totalmente ao significado do clube dragão. Havendo, entre tantos que mais personificam essa mística, como símbolos históricos de dedicação e paixão, nomes como Pinga, Valdemar Mota, Araújo, Hernâni, Virgílio, Arcanjo, Américo, Custódio Pinto, Festa, Pavão, Rolando, Armando, Cubillas, Gomes, Rodolfo, João Pinto, Jorge Costa, Deco, para só referir alguns de memória. Estando bem lá no meio Rodolfo, um jogador mesmo à Porto, como se diz. Carismático capitão da equipa que ganhou o célebre Campeonato Nacional de 1977/78 e de seguida o “Bi” seguinte em 1978/79.
Dizia-se que os jogadores mais dedicados eram aqueles que mais se ”rabunhavam”, ou seja os que até ficavam arranhados de tanto batalhar, nunca virando a cara à luta, esforçando-se até mais que o limite das forças. Tal o que nos fazia ver e nos faz rever na imagem do “Rodolfo do Porto” – que vem agora a talhe recordar. Por calhar nesta data a efeméride de sua estreia com a camisola da equipa principal do F C Porto. A camisola das duas listas azuis do F C Porto que seria a única de clube que conheceu, além naturalmente das camisolas das seleções nacionais para que foi chamado a representar.
= Rodolfo na equipa campeã e bicampeã nacional da década de setenta =
Faz pois agora anos que, a 12 de Março de 1972, Rodolfo, como era conhecido enquanto jogador, se estreou oficialmente na equipa principal do FC Porto, envergando a camisola que sempre conheceu. Esse raçudo médio (adjetivando sua raça em campo) tinha então 18 anos feitos há pouco mais de um mês e foi titular em Coimbra, frente à Académica, em jogo que terminou com vitória portista por 1-0, golo de Abel. Entretanto Rodolfo Reis, como depois passou a ser conhecido como treinador, foi sempre um exemplo de garra, mística e vontade de ganhar.
= Rodolfo num momento de convívio, em descontraída brincadeira junto com Oliveira e Gomes, durante uma passagem pela Escócia em 1975 (aquando de confronto com o Dundee), a que não faltaram gorros e saiote (Kilt) de indumentária etnográfica da região visitada, na ocasião =
Rodolfo era, em seu tempo de atleta profissional, um dos futebolistas mais queridos no seio dos apoiantes portistas, precisamente por toda a raça que punha na defesa do clube. E continua a ser uma recordação constante, no apreço que os grandes vultos do F C Porto representam no sentimento do mundo azul e branco, em tudo quanto representa o afeto da família portista.
Naturalmente em cada dia há muitas e variadas efemérides respeitantes às respetivas datas, de anos diferentes ou não, como de temáticas diversas ou nem tanto. Vindo ao caso relembrar Rodolfo, ao tempo esperançoso futebolista que nos juniores fora campeão e internacional saliente.
= Ficha Curricular de Rodolfo em 1981 =
Nesse jogo de estreia, Rodolfo alinhou a médio, segundo foi escalado por Feliciano, que o conhecia bem como seu treinador na equipa júnior do FC Porto. E assim se manteve mais algum tempo, quer como titular ou ainda suplente entrado no decurso de jogo, até que passou a defesa lateral. De permeio com o serviço militar e, alternando posições ao tempo da última passagem de Bela Guttman pelo FC Porto, se foi fixando melhor no meio campo, com Aimoré Moreira, Stankovic e Monteiro da Costa. Até que, por fim, com Pedroto, atingiu ponto alto de seu posicionamento em campo e relevante lugar no seio da equipa. Tornando-se num dos grandes valores da história do FC Porto.
= Páginas do livro que lhe foi dedicado em Julho de 1981 na coleção Ídolos =
Rodolfo Reis, além de histórico “Bi-Campeão” no Campeonato Nacional do tempo em que o FC Porto conseguiu retomar a conquista do título de campeão português, foi um dos poucos futebolistas de eras contemporâneas que só vestiram a camisola do FC Porto. E no caso dele também a da seleção nacional. O resto é do conhecimento sempre constante na memória do sentimento portista.
Armando Pinto
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Este artigo foi originalmente publicado neste site