– 1 de novembro é dia tradicional de lembrar os Finados de boa memória, na tradição secular e religiosa de romagem de saudade a honrar os nossos maiores desaparecidos do mundo dos vivos. Ocasião de honrarmos os nossos entes queridos. E como tal também os nossos mortos que em vida honraram o FC Porto. Os nossos Finitos que são Infinitos Portistas.
A ideia de dar atenção aos sítios de referências tumulares onde estão relíquias físicas portistas, tem sentido atendendo à relação existente do FC Porto com o nome resultante do próprio espaço tido por Antas, de ancestrais enterramentos coletivos dentro de monumentos funerários balizados por pedras altas em elevações cobertas com terra, sob grande tampa de laje granítica. Tendo o FC Porto, depois de primeiras corridas atrás duma bola em terrenos centrais da urbe portucalense, pelos sítios do atual Museu Soares dos Reis, depois por ali perto passado para o antigo Campo da Rainha e posteriormente andado mais tempo no histórico Campo da Constituição, foi contudo na zona das Antas que se implantou com mais significativa imponência, no estádio das Antas, e agora ali ao lado no estádio do Dragão, orgulhando o nome da cidade que ostenta. Sendo o morro das Antas um topónimo a remeter a antiquíssimos habitantes da cidade (inclusive evocado num monumento em jardim da zona norte da cidade), enquanto os mortos do Porto têm seus sítios de sepulturas familiares e coletivas em locais próprios.
Em tal sentido lembramo-nos de fazer uma visita de reconhecimento e recordação pelos sítios onde jaz eternamente Gente do FC Porto. Num roteiro de reconhecimento sentimental aonde estão no descanso eterno salientes vultos do passado glorioso do grandioso FC Porto.
A estátua que engrandece a arquitetura simbólica da sepultura, através de um anjo, simbolizando a vitória sobre a morte, foi da autoria do escultor Charters de Almeida.
Na preparação da obra, o escultor fez primeiro uma pequena estatueta, para verificação se estava dentro dos desejos da encomenda, cujo original foi depois oferecido pelo escultor ao Presidente do FC Porto, Afonso Pinto de Magalhães. Atualmente essa estatueta, que deu origem à grande do mausoléu do clube, está na posse da família.
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No mesmo cemitério de Agramonte encontram-se também as sepulturas de António Nicolau d’Almeida e José Monteiro da Costa, fundador e refundador do clube respetivamente, mais a do antigo guarda-redes Siska. E ainda a do Presidente dos históricos “6 Anos de Progresso na Vida Gloriosa do FC Porto” e Presidente Honorário Afonso Pinto de Magalhães (em jazigo de família, no talhão do Carmo), bem como o antigo Diretor-Geral da SAD do clube Eng.º Paiva Brandão, mais o antigo Presidente da Direção e Honorário Dr. Américo Sá e outros.
Nesses outros espaços e dentro da mesma linha, a gratidão portista está assinalada nas campas do refundador do clube, em jazigo da família de José Monteiro da Costa, e também no jazigo da família do fundador António Nicolau de Almeida.
Bem como, na campa de Miguel Siska, lá está uma bola alusiva.
Entre mais outros antigos Portistas, sepultados no Talhão do Carmo do cemitério de Agramonte, está também em jazigo-capela o antigo diretor Eloy Silva, histórico dirigente de grande marca clubista durante largos anos.
Igualmente em Agramonte e no talhão da Ordem do Carmo jaz o antigo Presidente da Direção e Presidente Honorário Dr. Américo Sá, sepultado em capela-jazigo de família.
= Dr. Américo Sá
E ainda no mesmo talhão de Agramonte, entre figuras de nome portista, encontram-se os irmãos Sarmentos, Ângelo e Albano Sarmento, futebolistas da geração dourada da década dos anos 50 (em sepultura onde está também outro irmão, Carlos Sarmento).
= Irmãos Sarmentos
Também em Agramonte está o Jazigo da Família Paiva Leite Brandão, onde repousa o Engenheiro Diogo de Paiva Leite Brandão, que foi figura importante das gerências do FC Porto do século XXI, em cujas funções desempenhou também lugares de representante portista em diversos organismos estrangeiros.
Foi Diretor-Geral da Administração da SAD do FC Porto e Dragão de Ouro (recebido em 1997, como funcionário de destaque do clube).
Está o Eng.º Paiva Brandão em jazigo familiar, com lápides com os respetivos nomes dos entes queridos da família ali sepultados – como regista a sequência de imagens captadas pelo amigo Paulo Jorge Oliveira (e uma outra enviada por pessoa da família,também), que ajudam bem a ilustrar esta memorização realista.
Continuando o périplo, segue-se o cemitério de Paranhos, onde há uma outra sepultura do FC Porto. Estando ali o jazigo-campa de Jorge Orth, de sepultura desse treinador falecido quando estava ao comando da equipa principal do FC Porto (em tempo de grande esperança coletiva, estando então a equipa portista em grande momento e perante boas perspetivas de êxito, ao comando do campeonato, em 1962). Jazigo que é propriedade do FC Porto, tendo sido edificado através de subscrição pública de sócios e adeptos do FC Porto. De cujo túmulo se juntam imagens de aspeto original antigo e mais recente.
Seguindo essa volta pelos locais onde jazem eternamente grandes Figuras do FC Porto, continua-se pelo Jazigo do Valdemar Mota, no cemitério do Bonfim – em sepultura dupla contendo também restos mortais de seus irmãos e respetivas esposas.
Igualmente, indo para o interior Norte do País e no Reino Maravilhoso Transmontano, como o chamou Miguel Torga, e em pleno coração da zona duriense vinhateira, jaz em seu chão natural um grande Portista, Dragão em que todos nos revemos e como tal eterno em nossos corações palpitantes com as cores azuis e brancas na alma, o Dr. Pôncio Monteiro. Descansando na capital do Vinho do Porto o sono eterno em jazigo de família, no cemitério de Peso da Régua. Sendo desse local, onde repousa de tanta vivência, as correspondentes imagens captadas do respetivo jazigo-capela, em vista externa da fachada e em pormenor interior, revestido pela bandeira do FC Porto (como se pode ver, com o reflexo do vidro).
= Dr. Pôncio Monteiro
Também no mesmo cemitério de Arcozelo está sepultado em jazigo de família o célebre futebolista Monteiro da Costa, dos mais célebres craques da geração dourada da década de cinquenta. António Henrique Monteiro da Costa, celebrizado no FC Porto e na seleção nacional como avançado e médio de ataque, tendo feito parte das equipas do FC Porto campeão nacional de 1956 e 1959, junto com Hernâni, Virgílio, Arcanjo, Teixeira, Carlos Duarte, Pedroto, etc. Mais tarde Monteiro da Costa enveredou pela carreira de treinador, com sucesso nalgumas equipas, chegando mesmo a treinador principal do FC Porto algum tempo. Nascido a 20 de agosto de 1928, faleceu em 2 de outubro de 1984. E nesse campo santo jaz junto com a esposa e outros familiares em capela-jazigo de linhas modernas.
Ainda pela região dos arredores do Porto, encontra-se no Cemitério de Sendim em Matosinhos, o guarda-redes Zé Beto, inesquecível pela sua postura elegante diante da baliza, esse que foi um dos finalistas da Taça das Taças de 1984 e um dos campeões europeus de 1986/87. Encontrando-se em jazigo familiar, no qual se ergue um busto que lhe é dedicado, além de lápides com sua foto e legenda identificativa.
Também ainda na periferia do Grande Porto, mais para Norte, repousa na Póvoa de Varzim o campeão dos anos trinta João Nova, sepultado no Cemitério Municipal n° 1 da cidade poveira. O seu jazigo fica junto à correspondente entrada lateral esquerda, guardando restos mortais desse que foi colega de Pinga, Soares dos Reis e outros dos eleitos das simpatias portistas nos tempos da inicial Liga e inícios do Campeonato Nacional de futebol. Popularmente conhecido por Nova, e de nome completo João Vicente da Nova, foi também um dos primeiros futebolistas internacionais do FC Porto
Ainda nas cercanias da área portuense, mais para baixo do mapa nacional, no concelho de Santa Maria da Feira, no cemitério de São João de Ver, estão sepultados os antigos ciclistas Joaquim Sousa Santos (pai) e Mário Sá. Nomes que durante bons anos andaram entre os que levaram em grande estilo as camisolas azuis e brancas pelas estradas, como grandes ciclistas que fizeram sobressair o equipamento das duas listas azuis aos olhos de multidões vibrantes com as vitórias sobre rodas.
Também no concelho de Santa Maria da Feira, está no cemitério de Fiães o antigo futebolista Jaime Silva, o famoso Jaime, extremo celebrizado por suas jogadas rápidas seguidas de seus centros “à Ventoinha” (daí que lhe ficou esse epiteto no mundo do futebol), um dos célebres componentes da equipa do FC Porto que venceu a Taça de Portugal em 1968. De nome completo Jaime Ferreira da Silva, internacional de Seleção Nacional Militar e B de Portugal, além de ter feito parte do lote dos convocados na preparação para o Mundial de 1966 (apenas não tendo sido incluído no grupo dos Magriços pela tradicional seleção feita entre jogadores de Lisboa mais arredores e do resto, no tempo do sistema BSB…). Repousa em sepultura de família na parte nova do cemitério de Fiães.
Mas nem só em Portugal repousam restos de Gente que passou pelo FC Porto. Como por exemplo acontece na Rússia, onde está o túmulo do antigo futebolista Kulkov, em Moscovo (caso de que houve entretanto conhecimento por imagem do adepto Portista Ivan Likhmanov, um fervoroso simpatizante do FC Porto na Rússia).
Por entre tudo isto, como representa a escultura que engrandece a memória eterna portista no Mausoléu do FC Porto, última morada de repouso de Glórias do FC Porto, na Rua da Meditação da cidade do Porto: Ó morte, onde está a tua glória? – Havendo pessoas assim, como Gente do FC Porto, cujas almas da lei da morte se libertaram pelo que foram em vida e são lembrados ainda agora e sempre.
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