Foi com base em “novos elementos probatórios” que uma juíza de instrução criminal autorizou as últimas buscas ao Benfica, Luís Filipe Vieira, Pedro Guerra, Ferreira Nunes e outros suspeitos no chamado “caso dos emails”. Segundo o mandado de busca, a que a SÁBADO teve acesso, a magistrada judicial considerou que perante os elementos recolhidos pela Unidade Nacional Contra a Corrupção da Polícia Judiciária estavam “adensadas as suspeitas” da prática de eventuais crimes de corrupção desportiva activa e passiva.
“Os factos sob investigação respeitam à suspeita da actuação de responsáveis do SLB-SAD, que, em conluio com personalidades do mundo do futebol e da arbitragem, procurarão exercer pressão e influência junto de responsáveis da arbitragem e outras estruturas de decisão do futebol nacional, tendo em vista influir na nomeação e classificação de árbitros nesse âmbito”, refere o documento da juíza do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, que foi apresentado aos alvos durante as buscas de 19 de Outubro, que ocorreram após outro juiz de instrução, em Julho, as ter inviabilizado.
Entretanto, a SÁBADO teve acesso a 20GB de emails de responsáveis do Benfica, assim como do comentador Pedro Guerra. A troca de correspondência – que tem sido divulgada nos últimos meses pelo director de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques – revela algumas ligações directas entre dirigentes do SLB e pessoas ligadas às estruturas do futebol, corridas de membros dos conselhos jurisdicionais a convites para o Estádio da Luz, a orquestra dos comentadores liderada por Carlos Janela e até um irritado email de despedida do antigo director de comunicação João Gabriel.
Leia toda a investigação esta terça-feira, na edição 705 da revista SÁBADO.