Advogado do funcionário judicial falou à saída do Tribunal
Paulo Gomes, advogado de José Nogueira da Silva, falou aos jornalista no final da audiência no Tribunal de Instrução, da qual resultou a prisão preventiva do funcionário judicial.
O causídico confirmou a receção de bilhetes e uma camisola por parte do cliente, mas negou a corrupção e até que os artigos em causa tenham sido entregues por Paulo Gonçalves, um dos arguidos do processo. “Os factos imputados são de ter acedido a processos que não estavam sobre a alçada dele. Não tenho justificação para esses acessos, não sei se acedeu, em que condições e para que é que acedeu. Acho que os indícios estão fortemente descontextualizados e vai demonstrar-se, no futuro, que a medida é excessiva, mas o tribunal deixou abertura que medida pode ser revista na fase de investigação. O processo tem poucos volumes e os indícios que estavam anunciados não foram os mesmos despachados pela juíza. Contrapartidas? Estamos a falar de meia dúzia de bilhetes e de uma ou duas camisolas de merchandising. O emprego para sobrinho não está, não resulta, não há. A medida foi gravosa pelas funções de funcionário do Ministério da Justiça e está imputada de ter acedido a processos. Não tem a ver com contrapartidas. Neste país há país há pessoas que recebem milhões de euros de corrupção e continuam a passear e este senhor fica preso por meia dúzia de bilhetes. O meu cliente recebeu bilhetes e camisola, sim, claro, efetivamente. Mas no futuro, o processo vai explicar tudo. Mas não recebeu bilhetes ou camisolas como contrapartidas de corrupção que lhe tivesse sido pedida. Está indiciado disso, mas confirmo que tenha praticado isso. Recebeu de quem? O processo dirá mais tarde. Não foi dos arguidos do processo. Nos autos apenas consta bilhetes e 1 camisola. Está indiciado e imputado como sendo corrupção. O futuro dirá. A prisão preventiva tem a ver com as funções que exerce, pelo perigo de continuação de ação criminosa e deturpação de inquérito. Perigo de fuga não.”
Paulo Gomes comentou ainda a hipótese de o Benfica ser constituído arguido e, numa opinião pessoal, considerou que tal não deve vir a a acontecer. “Isso é problema do Ministério Público, mas não me parece. É a minha opinião, mas, se assim fosse, já teria sido constituído arguido.”
Fonte: ojogo.pt