Só Jardel e Artur marcaram tanto na primeira fase de grupos da Champions que jogaram. Falcao e Jackson estão atrás.
Em 25 anos de Liga dos Campeões, há muitos avançados que ficam para a história da prova. Nas 21 presenças do FC Porto, nenhum se destacou a esse ponto, mas André Silva aparece agora a reclamar créditos e um potencial que muito auguram para o futuro. Na história do clube, foram utilizados 32 pontas de lança desde 1992/93 (não estão contabilizadas as pré-eliminatórias) e só 11 conseguiram marcar na primeira edição em que participaram. André Silva marcou mais do que quase todos os estreantes em fases de grupos. Só mesmo Jardel e Artur têm os mesmos quatro golos como estreantes, ambos em 1996/97, numa edição em que o FC Porto fez história: 16 pontos em 18 possíveis e apuramento imaculado. Tê-lo conseguido com as dificuldades atuais e bem mais jovem do que os antecessores (Jardel tinha 23 anos, Artur contava 27 e André fez 21 há poucas semanas) só reforça o feito do português.
Aos quatro golos na fase de grupos que terminou na quarta-feira, André soma um contra o Roma, ainda no play-off de acesso. E, apesar de o bis ao Leicester pesar pouco nas contas finais do 5-0 com que o FC Porto bateu o campeão inglês, todos os golos de André Silva foram de vital importância para o apuramento e os 26,2 milhões de euros já encaixados pela SAD. Contra o Roma fez, de penálti, o empate que levou a eliminatória em aberto para Itália. Contra o Brugge, o FC Porto venceu por diferença tangencial (2-1 na Bélgica, 1-0 no Dragão), pelo que os golos do ponta de lança foram ainda mais importantes. O da Bélgica, no último minuto, de penálti, especialmente. Anteontem, também foi decisivo, mas porque inaugurou o marcador muito cedo (golo mais precoce da época do FC Porto) e tranquilizou a equipa para o tão desejado apuramento.
Há vários nomes muito famosos atrás. Os de Falcao e Jackson (três golos) são, eventualmente, os principais. Mas também McCarthy ou Lisandro, por exemplo, deixaram muitas saudades aos adeptos. Adrián é o único que se mantém no plantel.
Na transposição para os rankings externos, o craque que o FC Porto protegeu com 60 milhões de euros de cláusula de rescisão também pode sorrir. Só Messi (dez golos), Cavani (seis) Lewandowski (cinco) marcaram mais nas 32 equipas que completaram no início da semana os seis jogos da primeira fase. E entre os estreantes só Mahrez, do Leicester, faz a conta por igual ao portista, que conta ainda com mais duas assistências para pintar o quadro e deixá-lo ainda mais vistoso. Mas querem mais? O avançado do FC Porto terminou com uma eficácia de 29,5% na relação entre remates (14) e o número de golos (quatro), bem acima da média global da equipa: 9,3% de eficácia.