Os 60 metros de terreno que Nuno Espírito Santo quer ver ocupados pelo FC Porto são cada vez mais um terreno ocupado por dois homens: Jesús Corona e Yacine Brahimi. Frente ao Marítimo foram os melhores em campo, com destaque para a influência do extremo argelino no resultado final.
Na incapacidade de ser mais intenso no seu jogo, o FC Porto viveu dos rasgos dos extremos. Corona começou melhor, puxando a si a variação do jogo azul e branco e colocou em sentido a defesa reforçada do Marítimo em alguns momentos. Com o mexicano cresceu o argelino, ao ponto de ter superado qualitativamente a exibição de Corona.
Brahimi marcou quando o FC Porto mais precisava; e fê-lo num rasgo individual que surpreendeu Gottardi de ângulo apertado. O magrebino manteve sempre o jogo em alta rotação e foi decisivo no segundo golo dos dragões, ao assistir André Silva de forma primorosa. À falta de explicação de Nuno, não se compreende como estes dois andaram tanto tempo longe das opções principais.
Nota ainda para Iván Marcano. É verdade que o Marítimo não atacou muito, mas houve vezes em que tentou. E nessas o defesa central espanhol mostrou o porquê de ser atualmente um dos pilares das vitórias do FC Porto. Concentrado, certeiro no tempo de abordagem aos lances, Marcano foi limpando bolas antes que se pudesses falar em perigo junto a Iker Casillas.
Do lado do Marítimo destaque para um nome: Erdem Sen. O turco surgiu no Dragão como terceiro central, à semelhança daquilo que fez frente ao Benfica, e não se escondeu na missão primordial de defender. Foi um «osso» duro de roer na primeira parte fruto da boa agressividade que colocou no seu jogo. Subiu ligeiramente no terreno nos segundos 45 minutos, mas foi a sua solidez defensiva que se destacou na noite fria do Dragão