Tem noção da polémica em que está metido por causa das notícias que o ligam ao Bayern Munique?
—Neste momento estou apenas e só concentrado no FC Porto, é o meu clube, tenho contrato e estou a 200 por cento com o FC Porto. Tudo o que se tem dito em relação a uma eventual saída é falso. Tem-se falado muito e nem sempre se transcreve corretamente aquilo que digo, mas a verdade é que sou jogador do FC Porto e estou muito satisfeito.
Quer dizer que não houve abordagens?
—No futebol, o que hoje é verdade amanhã pode ser mentira, as coisas podem mudar de um dia para o outro, mas, sinceramente, neste momento só penso no FC Porto e em mais nada, porque me sinto bem no clube e porque a equipa tem um enorme potencial para ganhar títulos no futuro. Estou ao serviço da seleção, mas depois das férias quero voltar em força para estar bem a partir do primeiro dia.
E o Bayern Munique, o que há de verdade nisso tudo?
—Tenho pessoas que se ocupam dessas coisas. Eu preocupo-me em trabalhar para jogar e neste momento só estou preocupado em zelar pelo clube que me paga. Se lhe disser que não estou a par de nada, vai acreditar em mim? Para já é como digo: sou jogador do FC Porto e ponto final.
E se surgir uma proposta?
— É uma questão para a qual não tenho resposta. Mas como já disse, hoje estou a 200 por cento com o FC Porto e só penso em regressar na próxima época para oferecer o título aos nossos adeptos. Quero retribuir o apoio que tive. Uma das críticas que lhe fizeram foi que, para extremo, cruzou pouco e se agarrou muito à bola.
Que comentário faz? —Aceito as críticas, mas se calhar tem a ver com o facto de não ser um extremo puro e de procurar jogar de outra forma, mais por dentro, porque a minha natureza é mais a de um médio-ofensivo, por isso tenho tendência a procurar o jogo interior. Mas tenho aprendido muito na ala e estarei pronto para dar o melhor de mim pela equipa e disponível para evoluir e ajudar o técnico e a equipa.
Concorda que tivemos um Brahimi até dezembro e outro depois da CAN?
—É verdade que me senti mal fisicamente. Tive alguma dificuldade para fazer bons jogos de três em três dias. Foi uma fase que me custou a ultrapassar. Foi a primeira temporada em que tive de jogar com tanta frequência, e foi difícil gerir o desgaste. Regressei da CAN e tive de jogar pouco depois pelo FC Porto. Vinha de um clima muito diferente e foi difícil recuperar o ritmo.
Que objetivos tem para a próxima época?
—Quero ser mais decisivo, pesar mais no FC Porto e superar os números que consegui esta época.
Depois da goleada sofrida em Munique foi mais difícil ir à Luz?
—Não veio na melhor altura, o Benfica não foi o adversário ideal, sobretudo depois de um jogo de Champions em que tínhamos sido goleados, estávamos de rastos. A equipa teve dificuldade para se reerguer. Mas acho que também não tivemos sorte na Luz. Esta época foi um fracasso, porque não ganhámos nada, mas agora temos de olhar para o futuro e usar aquilo por que passámos para melhorar o que for necessário e voltar a pôr o FC Porto na rota das vitórias.
Foram os momentos mais complicados da época?
—Foram decisivos. Percebemos que o título estava difícil depois do empate na Luz, mas mantivemos a esperança, porque matematicamente era possível. A seguir, quando empatámos com o Belenenses, foi uma deceção muito grande.
A equipa falhou nos momentos decisivos. Porquê?
—Perdemos pontos em jogos onde tínhamos obrigação de fazer a diferença. Fomos irregulares, mas acho que não foi tudo tão negativo como isso. Não ganhámos nenhum título, é verdade, e isso sentiu-se num clube como o FC Porto, habituado a ganhar. Ficamos tristes por não podermos oferecer um troféu aos nossos adeptos, que o mereciam, porque nos apoiaram e acreditaram em nós, mas infelizmente falhamos.
O que faltou para serem superiores ao Benfica?
—Não faltou grande coisa. O jogo no Dragão, com o Bayern Munique, provou que temos uma equipa de qualidade e que, num jogo, podemos rivalizar com qualquer um. Mas é verdade que, sendo um plantel jovem, ainda tem muito que evoluir.
Precisamente, esta época veio trazer uma bagagem importante para o futuro?
—Estaremos mais bem preparados para tudo. Por isso é que eu digo que nem tudo foi mau, porque, mesmo perdendo, aprende-se. A partir daqui, a equipa só terá a ganhar com tudo aquilo que experimentou, quer na Champions quer ao nível do campeonato.