Um dia depois das eleições, Pinto da Costa deu uma entrevista ao Porto Canal, de cerca de hora e meia.
Resultado das eleições de domingo é cartão amarelo?
“Hoje vi nas gordas dos jornais que fui eleito com um cartão amarelo. Ri-me, porque pensei que com 79%, sabendo-se o que foi dito pela mesa de Assembleia Geral, muitos dos 21% nulos foram porque escreveram palavras de apoio. São 79% duplicando os eleitores com os jornais a fazerem apelo ao voto nulo, com referências a factos que não existiram em frente a minha casa, com insultos. Não ficaria admirado se fosse muito maior a percentagem de votos nulos, mas se com 79 levei amarelo, como estará a pensar o nosso Presidente da República que foi eleito com 52%? Será um cartão laranja, no mínimo, ou o nosso primeiro-ministro, que até perdeu as eleições. Esse foi um cartão vermelho. Fazer uma interpretação seja do que for com 79% de apoio o que se dirá de quem tenha 523, 51 ou 55 ou perca as eleições. Acho isso ridículo e que todos os que fizeram a campanha do voto nulo, basta ler os jornais, não é preciso mencionar, devem estar frustrados. Duplicação de votos só com uma lista e isso não é culpa minha.”
“Foi uma surpresa ver tanta gente a votar. Isso agradou-me e não ter mais votos nulos, mas pela imagem passada. Quando um jornal escreve que a minha mulher queria que eu fosse para o Brasil para fugir da fúria dos adeptos. Onde está a fúria? Passei o sábado e o domingo na rua, no meio dos adeptos e não tive o mínimo problema. Reconheço legitimidade para rasgarem as listas. Tenho pena é de não terem votado quatro ou cinco mil. Mesmo para cortar, porque era sinal de vitalidade. Se as pessoas acham que havia melhores soluções, deviam ter procurado encontrá-las. Criticar por criticar é fácil, mas na hora da verdade em que é preciso candidatar-se não aparece ninguém.”
Se daqui a quatro anos achar que não deve continuar, não se recandidata. Nunca deu uma indicação de uma sucessão e parece-me claro para os portistas que não pretende dar.O FC Porto não precisaria, menos alvo de ataques externos, dê-se um sinal sobre uma possível sucessor ou coloca de parte dar esse sinal?
“Estou de acordo quando diz que até parece uma contradição quando ainda nem tomei posse para quatro anos estar a falar em sucessão. Segundo, o FC Porto não é uma monarquia, com herdeiros. Não é assim. Há muita gente capaz se assim entender ser presidente num futuro, daqui a um mês, seis, um ano, dois, três ou quatro, quando eu terminar. Se desse um sinal, por minha indicação gostava que fosse o Miguel Guedes, todos me iam cair em cima. Porque ele não é o Juca Magalhães, que até jogou basquete aqui…
Porque não alguém dentro da estrutura? “Estava tramado fosse quem fosse, porque seria ele o alvo. Eu indicar um sucessor é passar um atestado de menoridade aos sócios do FC Porto. Esse assunto não me preocupa, estarem à espera que diga que seja este ou aquele não pode ser, nem farei. Dentro da estrutura do FC Porto sei que há pessoas capazes de poder assumir a presidência. Será uma presidência diferente da minha, porque ninguém é igual, mas se calhar, com melhores resultados para o FC Porto. Como haverá fora pessoas capazes, e também algumas não capazes. Os sócios é que devem escolher e para o fazer devem estar livres e independentes, sem estar alguém indicado pelo presidente. Quem for presidente tem de ir a votos e gostava que fossem várias candidaturas para os sócios escolherem. Sei que tenho pessoas que, se quiserem, fico tranquilo em relação ao futuro e esperar que ainda seja melhor.
Último mandato ou é para continuar?
Não sei daqui a um mês se a três anos estaremos vivos. Pela ordem natural, seria eu a não estar… Não devemos estar preocupar. Nunca me interessou estar muito tempo no FC Porto. Quanto entrei pensei que fosse só um mandato. Durante os anos não faltam candidatos, mas quando chega a altura de se assumirem é só ratos a fugir. Dentro do FC Porto há pessoas capazes, fora também acredito. A única pessoa que não gostava e que tenho a certeza não será meu sucessor é nenhum dos meus filhos porque não quero que passe por muitas coisas por quer eu passei no FC Porto. Nunca gostaria de ver, tenho dois filhos, nenhum deles, ou a minha mulher, presidente do FC Porto. Se algum lhe passar pela cabeça, eu até era capaz de continuar só para eles não terem os correios da manhã ou os ministérios de não sei quantos em cima deles. Que se candidate quem tiver coragem e depois os sócios é que têm, através do voto, escolher quem querem. Sou adepto do FC Porto como vocês. Quero que os sócios escolham quem entenderem.
Situação da equipa: “O FC porto já esta um pouco mais acima, já ganhamos em todas as modalidades jogos difíceis, estamos na luta pelos títulos em outras modalidades e ontem a equipa de futebol mostrou o espírito que queremos e pedir aos jogadores que assumissem. Depois da saída do Mourinho, o Del Neri, Fernandez e Couceiro também batemos no fundo. E, hoje, já ninguém pensa, como já não penso, toda a gente já percebeu que há condições de sair de perto do fundo. Ontem, ao apresentarmos uma equipa que fez a exibição que fez, com cinco portugueses, alguns vindos das camadas jovens, depois de verem o que está a fazer a equipa, foi um acordo. Não foi que os jogadores não tivessem alma, mas por vezes é preciso acordar e responsabilizá-los para voltarem a serem o que eram.”
Arbitragem: “Não podem, como aconteceu com o Tondela, em que aos cinco minutos não se marca um penálti que toda a gente viu, exceto o árbitro, não se pode acreditar no fatalismo. É difícil depois do que se passou em Paços, com aquele penálti. A única pessoa que não viu foi alguém que estivesse no bar do estádio. É impossível não ver. Mas mesmo nessa situação é preciso acreditar e lutar desde o início. E foi isso que a equipa fez ontem, e foi essa forma como a equipa compreendeu que era o ponto de viragem e foi. Quando um individuo que estivesse a ver aquele jogo, diria que era uma equipa com alma, uma equipa à Porto. Foi isso que senti ontem. Isso dá-me esperança de que o fomos e que queremos ser”.
Limpeza de balneário: “Limpeza de balneário que existe, mas não é pelos dirigentes. É pela empresa de limpeza quer tem o cuidado de limpar o balneário. Não tenho jogadores de mau caráter, que seja necessário fazer isso. No dia em que estivermos a falar com o empresário do Aboubakar para aumentar o contrato, nesse dia em que esteve cá, vi num jornal na primeira página que ao Aboubakar tinha sido comunicado que ia ser dispensado. O Aboubakar nem percebe português, não leu. Mas quando lhe expliquei, ele riu-se. Temos de estar preparados para isso.
Varela: “Estou convencido que o Varela tem valor suficiente para estar na Seleção, provou ontem. A ele tb tinha sido comunicado que tinha de procurar clube. Os jogadores até se riem disso. O plantel vão ser os mesmos, digo que não. Se sai um, dois ou três, é natural. Que vai entrar um, dois ou três estou convencido que sim e vamos tratar que isso aconteça. Quando se fala limpeza até parece que estamos a falar de maus profissionais. Não é verdade”.”Jogámos com jogadores que podem jogar nos juniores. O Rúben e o Chidozie podem jogar nos juniores. Por mais valor que tenham, se chega a um Estádio do Dragão é o seu público que o assobia quando falha, ele fica perturbado. Digo sempre aos jogadores: não há 20 mil que venha aplaudir ou assobiar. São os mesmos. Quando jogam bem recebem, quando não, assobiam. É como eu: também ganho, também perco. Renovação do plantel, neste e noutro setor em que estejamos mais necessitados, estamos a tratar”.
Títulos: “O FC Porto não pode ter a obsessão de ganhar o campeonato como assumiu este ano o Sporting, que, por isso, ficou fora das provas europeias e das taças. É uma opção; se correr bem é justificada, se correr mal é um falhanço. Não podemos dizer que estamos obcecados para vencer o campeonato e esquecer o resto. O objetivo tem de ser ganhar o campeonato. Não é preparar uma equipa para ganhar daqui a três anos. Construir uma equipa com futuro que nos permita ganhar o campeonato. Não vamos abdicar de três anos para por as contas em dia, porque não precisamos.”
“Um clube tem um orçamento de 150 milhões e entregou 40 milhões ao Fisco, não teve perdões fiscais ou de juros de mora, mas não podemos entrar em loucuras.
Regresso de jogadores do passado (Moutinho, Pepe, Bruno Alves): “Temos de ser realistas. Se soubermos que qualquer um dos jogadores ganha mais de cinco milhões de euros net [líquidos], já é mais complicado regressar. Que possa algum regressar, tenho esperança, mas não posso dar certezas, porque por esses valores é incomportável. Há outros jogadores que estão fora, como o Josué, o Quintero, o Hernâni, que está a brilhar e foi dispensado quando estava a dar ótimas indicações, é preciso mais qualquer coisa dentro da estabilidade. Se temos um orçamento de 150 e o fisco leva 40, temos de procurar novas receitas. Não temos nenhum apoio do Estado, somos dos melhores clientes do Estado, se não temos apoio dos bancos, temos de procurar soluções com o financiamento. Um deles foi a da Meo, que em vez de 48 milhões vamos passar para 41 mais a publicidade nas camisolas. Não podemos pensar que este ano temos de vender quarto e no seguinte cinco. A política que queremos implementar: há um grande negócio, se temos alternativa, pode sair.”
” Queremos uma equipa para ganhar, mas não para ganhar e partir; é para ganhar e ficar. Tivemos cinco portugueses ontem em campo. Ganhámos a última prova europeia, a Liga Europa, com três. Se me arranjar outro Hulk, Falcao ou James Rodriguez, ninguém se lembra que faltam portugueses. Se me arranjarem três Hulks, ninguém fica preocupado com um ou dois colombianos.”
Balneário em aberto no que diz respeito aos jogadores. E na equipa técnica? Ou está dependente da Taça?
“O treinador estar dependente da Taça, essa ideia não existe. Ganhar ou não uma Taça de Portugal fosse decisivo, neste momento, o treinador do Sporting era o Marco Silva. É preciso ter ideias e saber o quer e não estar dependente. Estamos muitos satisfeitos, a equipa está a começar a jogar o futebol que ele quer. Agora é que está a ter oportunidade de treinar. Jogos ao domingo, à quarta e depois as seleções. Chegam para recuperar, no dia seguinte preparavam o jogo. Era impossível. Estamos a falar com o treinador que quiséssemos e escolhermos, com quem estamos a preparar o futuro. A discutir a decisões e que queremos que seja o nosso treinador para o ano.”
Jorge Jesus está destinado a treinar o FC Porto?
“Não sei, porque dizer isso, as pessoas confundem as coisas. Tenho estima e respeito por ele, há muitos anos, há uma excelente relação com ele. Conheci-o quando estava no Amora. Era amigo do Reinaldo, conversámos. Veio para o Felgueiras, Belenenses, Braga.. Esteve no Benfica vários anos e alguma vez me ouviu dizer mal dele ou ele mal de mim? Mas ele foi bem forçado a fazê-lo. Por ser amigo dele quer dizer que vai trabalhar comigo? Não digo que não, como alguns poderiam dizer. Mas também não digo que sim porque não está no meu horizonte, nem no dele. Ele disse que estava apaixonado por que está a fazer. Não vai sair do Sporting. Saiu do Benfica porque foi empurrado. Queriam levá-lo para Arábia. Ai é, então vão ver para onde vou. E foi, para onde quis.”
Benfica ou Sporting campeão? “É-me indiferente. Queria é que fosse o FC Porto. Não sendo, é indiferente.”
Antero Henrique, administrador, há mais responsabilidades para ele? Sente que a equipa precisa de maior proximidade?
“O meu homem do futebol é o Reinaldo Teles, desde há muitos anos e era o único administrador da SAD com responsabilidade direta no futebol. Pela importância que o futebol tem dentro da SAD, entendo que quem tem a responsabilidade que o Antero tem, devia estar dentro da administração. Se é ele que está com a equipa no dia-a-dia, não faz sentido que tenha de dizer a mim ou ao Reinaldo as coisas para serem discutidas nas reuniões da SAD. Não é uma promoção, mas não fazia sentido que não estivesse junto da administração. Muitas vezes era acusado de tratar das coisas sozinho sem a SAD saber, mas eu sabia. Foi para dar mais coesão à administração, para lhe dar não mais responsabilidade mas para sentir mais a cobertura e o apoio de toda a administração. Se ele propuser alguma coisa que não está bem, não se faz. Mas se estivermos de acordo, mesmo sendo arriscado, dá mais coesão, até perante o grupo que ele e o Reinaldo dirigem. Dá mais força ser administrador do que um diretor desportivo. Para a própria SAD, foi importante a entrada dele para administrarão. Não belisca em Reinaldo Teles, porque já lá estava e continua e estará. Passam a estar dois para o futebol. O senhor José Américo Amorim também entrou, embora não executivo, tem grande paixão pelo FC Porto, com enorme experiência de vida. Ajuda-nos a todos, aos homens do futebol e restantes administradores a decidir e pensar com maior ponderação determinadas situações. Baixaram-me a direção do clube de 14 vices para seis. Digo baixaram-me porque foram duas comissões de estatuto, que depois se fundiram. Não interferi em nada. Tive apenas conhecimento na Assembleia Geral. Tinha 14 vices e só podia ter seis, tiveram de sair oito. Porque saiu este ou aquele? Perguntem à comissão porque reduziu?”
Falou em União para adeptos e direção. Muitas vezes agita-se o fantasma que a direção é pouco unida, com algumas pontas soltas. Sentiu isso?
“Não senti. A minha direção tem o direito de discordar uns dos outros e de discordar de mim. Depois, tem de se discutir, e prevalece a maioria. Puxar um para aqui e outro para ali, não senti. Com a passagem para seus vices, em que cada um é responsável pelo seu setor, não há possibilidade não puxarem todos para o mesmo lado., Cada pelouro não é uma quinta. Por isso, há reuniões de plenário para apresentar projetos
Adeptos reclamam a sua presença mais perto da equipa de futebol. Sente neste momento essa necessidade?
“Sempre estive próximo do futebol. Antes de mais, sou adepto e para além de adepto, como dirigente responsável, é o futebol que gosto. Nunca saiu daqui um treinador que não tivesse o meu apoio e a minha presença. Vou muitas vezes ver o início dos treinos para conviver com os jogadores. Almoço ou lancho nos estágios sempre que o FC Porto joga. Estou próximo. No momento em que tive de lhes dizer que bateram no fundo, não vou depois à minha vida. Depois, tenho com a minha presença e palavra, estimulá-los e demonstrar que podem dar a volta. Eles têm de fazer parte deste projeto. Uma equipa quer tem um plantel e que quando há seleções só ficam os lesionados, tem de ter jogadores de grande qualidade. É preciso é estimulá-los. Nos últimos tempos tenho tido mais conversas, tenho dito para estarem preparados para o que aparecesse como o caso do Aboubakar. Tenho necessidade de os ajudar a vir para o lugar deles.”
Falando de centralismo. Lembro uma frase de 2003, a propósito de Jankauskas: Ganhar lugares na Liga do que bons jogadores. Ele venceu essa batalha?
“Acho que ele venceu essa batalha, mas acho que não venceu essa guerra. Venceu a batalha, não tenho dúvida. Quando falo na Liga, não na atual, mas na anterior…
Há quantos anos tem essa noção?
“Já tinha a noção de que a estratégia deles era essa antes do Jankauskas, depois foi o reconhecimento público. Só por isso o senhor Vítor Pereira mantém-se na arbitragem, tal como senhor Ferreira Nunes, o que leva a casos como o da descida de um árbitro internacional que ninguém consegue explicar. Isso é sequência desse princípio de que o importante não é ter jogadores, mas subir ou descer aquele ou este árbitro”.
O que quer dizer com isso da guerra?
“Que atingiram tal ponto de descaramento quer não é possível a alguém de bom senso manter esses dois senhores na arbitragem, não sei quem vai, porque o FC Porto não interfere. Foi tão descarado que nem o doutor Fernando Gomes vai ter coragem para os fazer continuar [Vítor Pereira e Ferreira Nunes).”
Trocou de dois parceiros importantes. Joaquim Oliveira e Jorge Mendes. Foi prejudicial?
“O FC Porto teve grandes parcerias com o senhor Jorge Mendes, que tinha uma vantagem: quando são feitas com ele ninguém questiona as comissões se são altas ou baixas, se há fundos ou não. Mas não trocamos de parceiro, fizemos os negócios, muitos benéficos para o FC Porto e para o senhor Jorge Mendes que ganhou dezenas de milhões de euros, e eu não choro o dinheiro que ele ganhou. Tenho pena é que não tenha ganho dobro. Houve um determinado ponto em que ele acho que havia outros sítios onde podia fazer melhores negócios. Valência e o Benfica. Não tenho de levar a mal porque não tinha exclusividade comigo. Se me diz, o FC Porto gostava de continuar a trabalhar com Jorge Mendes? Gostava, dentro de negócios em que fizemos parcerias e fossem resolvidas. Houve assuntos que não correram bem como o Adrián López em que tomou um compromisso e o que é certo é que quando chegou a altura de pagar, aquilo que considerava uma exorbitância, falhou. Isso não é impeditivo de corte de negócios. Correu mal esse negócio, outros correram melhor. Mas não deixou de trabalhar connosco. Se tiver jogadores bons para colocar, e nós podermos, e se trouxer boas propostas para os nossos jogadores, faço negócio amanhã, sem problema nenhum. Somos amigos., Quando sei que um indivíduo trabalha comigo, está comigo, se é intimo do Benfica e tem negócios com ele, por mais profissional que seja, não entendo muito bem que você fosse diretor da Porto Canal e do Correio da Manhã. Se o Mendes tiver bons jogadores para o FC Porto ou propostas para nossos jogadores, imediatamente.
Em relação ao senhor Joaquim Oliveira, não tive qualquer problema. O que tenho é de defender e fazer os melhores contratos para o FC Porto, não para os meus amigos, Se tinha um contrato de 18 milhões por ano, e passo a receber 41, só se fosse tolo é que não mudava., mesmo quando o senhor Joaquim Oliveira, com o senhor Manuel Almeida da Nos, oferecem 320 milhões depois do que deram ao Benfica, disse que não queria. Tinha direito por contrato a ter em minha casa, sem encargo, a Meo, mas tinha a Nos. Não queria quatro gatos fedorentos. E a Meo sabia disso. Fizeram várias tentativas e disse não. A partir do momento que me dizem 320 e o senhor Antero Henrique, ó Miguel, não chegas aos 40? Não. Então não se fala mais. Mas a partir deste momento estou recetivo e aberto a ouvir propostas dos outros. Depois de tudo firmado é que chegou a notícia que eles cobriam fosse o que fosse. Mas a palavra estava dada. Depois já cobriam, senti-me enganado por estar a receber 18. Como disse alguém, a Nos queria ganhar o jogo quando este já tinha terminado.”
Acordo com Lopetegui?
“Não. Ele entende português quando lhe convém. Senão só basco. Falta ele querer dialogar e falar. Não é da nossa parte que há desacordo. O senhor Jorge Mendes era o empresário dele, embora como intermediário, disse que lhe ia arranjar clube. Até hoje. A única coisa que lhe disse – fui defensor até ao limite do senhor Lopetegui – houve duas razões porque aguentei até aquele dia e porque terminou nesse dia. Porque não foi antes: porque quando perdemos no Sporting houve uma cena em que os adeptos não deixaram a equipa sair entendi que ceder o poder deixava de estar em quem tinha responsabilidade e amanhã qualquer adepto fazia o mesmo. Saiu depois do Rio Ave por três razões 1º:.porque nessa altura os mesmos que não tinha permitido a saída da equipa deram um apoio exemplar antes, durante e depois. Portanto, não havia pressões. 2º: de manhã sem eu lhe perguntar nada disse: isto está mal, jogador assado vou trocar. Eu disse:você é que é o responsável, por mim tem cobertura. Quando vi a equipa não era nada do que tinha dito, era a mesma que ele me tinha criticado de manhã. Deram-me a informação que tinha estado a falar com o adjunto que o pressionou para fazer as alterações. A 3ª e fundamental: é que quando termina o jogo e empatámos e entrei no balneário não ia para lhe dizer nada de especial, ele disse, presidente, não sou presidente, comigo resolve-se em dois segundos, Disse: falamos amanhã. Saiu e disse ao Antero o mesmo. Entendi isso como atirar a toalha ao chão. Se sentisse força em dar a volta, não o teria feito. Retenho a imagem do treinador sentado e antes que eu abrisse a boca disse aquilo. E quem deita a toalha ao chão, não serve para aquilo que quero que seja o espírito do FC Porto. Só que o que se resolvia em dois segundos, no dia seguinte tinha de falar com o advogado. Até hoje estamos à espera dele”.
Política de comunicação: “Eu falo o menos possível. Já falam tanto de mim, e como é sempre para dizer mal, toda a gente sabe que estou bem de saúde. Não tenho necessidade de aparecer; tenho é de aparecer junto das equipas. Esta semana fui ao andebol, hóquei, estive antes com jogadores e treinador, além de sentir que tinha de estar com eles, também estou com eles. Quem ganha os campeonatos são os jogadores e aos adeptos que vão aos pavilhões, sobretudo as claques. Quando dividimos o clube em seis setores, os responsáveis por sector falariam quando entendessem. Agora, nenhum vai oferecer-se e pedir para falar. Já convidaram algum que se tenha negado? Não estou a ver o Fernando Gomes, Adelino Caldeira, Antero, Alípio Jorge a dizer que querem falar. Se quiserem falar com eles, eles falam, explicam e resolvem as coisas. Em termos profissionais, ter uma comunicação mais objetiva e esclarecedora. Uma coisa é ter as pessoas disponíveis, outra é pedir para falar. Comunicar num meio de mentiras diárias, é um bocado complicado. Ou desmentimos isto e aquilo. Agora, estou de acordo que temos de ser mais agressivos e há questões e momentos em que temos de ser muito agressivos. Sem cair no ridículo de responder no Facebook e o outros responde. Isso é baixar de nível e não tenho pessoas para esse nível. Agressivos com elevação, estou de acordo.”
Polémica: ” O doutor. Angelino, que só diz barbaridades. E diz barbaridades, compreendo que anda preocupado com a Gaia Anima e sei que não tem tempo para ir às assembleias do Porto, porque embora trabalhe na AEP perde mais tempo com a Gaia Anima, mesmo já não estando. Os sócios já não mandam no clube. Se não é obtuso. Quem elege a SAD é o clube, quem elege a direção do clube que vai escolher a SAD, e os sócios já não mandam nada. Esse é o primeiro ponto que ultrapassa o nível das nossas inteligências. Estou em desacordo, não há estratégia, porque fizeram as eleições da SAD antes das eleições do clube. Se o doutor Angelino tivesse ido à assembleia do Porto, esse problema foi levantado, já não dizia asneira. Expliquei na assembleia que o FC Porto tinha vários contratos comercias a fazer com urgência e os nossos parceiros não queriam parceiro com uma administração que ia durar um mês. Então sentimos a necessidade de dentro do que os estatutos da SAD mandam, fazer as eleições nesse período. A SAD reuniu e tomamos todos um compromisso, se aparecesse uma lista candidata ao FC Porto, renunciávamos imediatamente aos nosso lugares na SAD para que quem viesse pudesse por quem muito bem entendesse. Todos assumimos que não exigiríamos nada, mesmo que pudéssemos ter direito.
Convoquei uma reunião da direção para dizer, que tínhamos esta decisão e ficou em ata do clube, de que se aparecesse uma lista, renunciávamos. O doutor. Angelino Ferreira vir questionar esse fator, só compreendo que o considero inteligente, deve estar com a Gaia Anima na cabeça”.