FC Porto quer aguentar o maliano por mais uma época, mas fica salvaguardado sem ter de gastar milhões.
O FC Porto vai investir na recuperação dos 30 por cento que o V. Guimarães tem sobre as mais-valias de uma venda futura de Marega. A cedência de André André a título definitivo faz parte de um pacote negocial largo e onde também entra o empréstimo de Osorio e a “cedência” da contratação de Rafa ao Portimonense pela parte do Vitória, tendo em conta que os dragões tinham uma opção de recompra prioritária e relativamente baixa atendendo ao potencial do jogador. Mas o negócio ainda não está completamente fechado. Ou melhor, há a certeza de que vai acontecer, mas falta definir a última variável, que pode ser a cedência definitiva de mais um jogador ou o pagamento de um valor a definir.
O passe pertence, na totalidade, aos dragões, mas o Vitória assegurou 30% de mais-valias numa transferência futura por altura da venda de Soares, para baixar ao preço do goleador brasileiro. Com o maliano fortemente cobiçado, os 30% têm um valor financeiro muito alto. Passamos a explicar. Marega custou 3,8 milhões de euros, mas com salários ascende a custos que ultrapassam os sete milhões de euros. Boa parte deles foram, entretanto, amortizados do ponto de vista contabilístico, pelo tempo que passou e pelo rendimento do jogador. Na prática, como o jogador já cumpriu dois anos e meio de um contrato de quatro anos e meio que assinou em janeiro de 2016, significa isso que o seu valor contabilístico atual anda entre os três e os quatro milhões de euros. Num hipotético negócio de 30 milhões de euros (25 M€ foram recusados pela SAD há pouco mais de uma semana), teriam de ser subtraídos os 10% tabelados para pagar aos empresários envolvidos no negócio (três milhões), mais 5% para distribuir aos clubes formadores ao abrigo do mecanismo de solidariedade da FIFA (1,5 milhões de euros). Contas feitas, as mais-valias seriam cerca de 20 milhões de euros e o Vitória teria de receber uma verba aproximada de seis milhões de euros. A avaliação feita aos jogadores envolvidos neste negócio e ao que falta definir tem como base este valor. Só por André André o FC Porto estimava receber pelo menos três milhões de euros numa transferência para o estrangeiro. E Rafa mantém um valor de mercado interessante. Só Osorio pode ser recuperado no final da temporada sem custos adicionais.
Tudo somado, só o futuro dirá quem fez melhor negócio. Se Marega sair acima de 30 milhões de euros, o FC Porto sairá, claro está, a lucrar. Mas se houver desvalorização no futuro, o Vitória acabará por ter garantido um encaixe lucrativo. Até lá todas as partes ficam satisfeitas. O FC Porto porque recupera todo o poder negocial sobre uma das maiores joias da coroa sem perder nenhum jogador importante nem ter de desembolsar uma verba significativa. O Vitória porque fortalece a equipa em três posições-chave, especialmente com o regresso de André André, para atacar a cada vez mais apetecível Liga Europa. Se o objetivo europeu for conseguido, haverá, aliás, outros milhões a entrar…
Fonte: Ojogo.pt