Foi com o olhar no horizonte, no das praias de Gaia e no da carreira, que Fernando Fonseca falou com O JOGO. O lateral-direito formado no FC Porto tem noção de que ainda é jovem, mas não esconde que gostava de se mostrar a Sérgio Conceição.
Com que expectativas parte para a próxima época?
-As minhas expectativas estão dependentes do FC Porto. A minha ambição e o meu sonho passam por representar o clube, mas se assim não for, terei de procurar alternativas. Vou aguardar por uma decisão.
Depois das saídas de Ricardo e de Diogo Dalot e da ausência de Maxi, gostava de pelo menos fazer a pré-época?
-Claro que sim. Qualquer jogador sonha jogar no FC Porto; ainda por cima eu, que sou formado no clube. Mas se assim não for, procurarei alternativas.
Elas passam por continuar na I Liga ou por emigrar?
-A minha ambição é estar sempre ao mais alto nível, e isso passa por continuar na I Liga. Aliás, é isso que procuro caso não seja chamado pelo FC Porto.
Qual foi a sensação de se estrear na equipa principal do FC Porto num jogo tão importante como era o do Marítimo em 2016/17?
-Foi a melhor do mundo. Foi um dia muito importante para a minha carreira e nunca o irei esquecer.
O que é que esse jogo mudou na sua carreira?
-Mudou tudo, porque concretizei o sonho de jogar pela equipa A do FC Porto. Mas o mais importante foi ver a alegria de toda a minha família, porque foi um grande passo para mim.
Notou alguma diferença no trato que as pessoas passaram a ter consigo na rua?
-Tive outra projeção. As pessoas veem-nos com outros olhos quando chegamos a um patamar assim e já somos mais reconhecidos na rua. Mas temos de manter os pés bem assentes na terra e continuar a caminhar para cimentar esse sonho.
Alguma abordagem de que ainda se recorde?
-Foi bom não ter sido criticado depois do jogo com o Marítimo e ouvir que os jogadores formados no clube mereciam mais oportunidades. São visões de um adepto, que eu também tenho várias vezes, mas estava por dentro e sabia que todos tinham lutado. Infelizmente, as coisas não saíram.
Ainda pensa no que podia ter acontecido no lance em que aparece a finalizar na área do Marítimo?
-Sim. Podia ter passado ao Tiquinho, podia ter rematado mais alto… saiu um passe à baliza [risos]; em segundos, ela ficou muito pequena.
No passado foram vários os jogadores da formação que acabaram emprestados antes de ganharem um lugar no plantel. Sente que ainda precisa de cimentar uma posição na I Liga antes de voltar com outro estatuto?
-Sim. Tenho noção de que sou um jogador jovem e de que os jogadores só se começam a afirmar com 22 ou 23 anos. Este foi apenas o meu segundo ano de sénior. O primeiro passei-o na II Liga, o segundo na I Liga e agora pretendo procurar o meu espaço para me afirmar.
O que ainda precisa de melhorar?
-Tenho de melhorar bastante fisicamente e a atacar, porque sou um daqueles jogadores que gostam de estar mais sem bola.
Fonte: Ojogo.pt