O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) exigiu, esta quinta-feira, celeridade na investigação às denúncias do FC Porto sobre a alegada influência do Benfica na arbitragem, advertindo não ter recebido qualquer participação.
Num comunicado, o presidente do CD da FPF, José Manuel Meirim, lamenta a existência de procedimentos disciplinares em curso, a duas semanas do fim da época futebolística, pedindo celeridade, nomeadamente aos responsáveis pela instrução do processo: “Tal, contudo, não deve ser um entrave a que o CD da FPF e todos os operadores do futebol, desde logo, também, a Comissão de Instrutores da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), façam todos os esforços que são reclamados por todos aqueles que verdadeiramente amam o futebol como modalidade desportiva que se desenrola em conformidade com os valores desportivos”.
“Apela-se a que todos tenham um empenhamento redobrado de molde a afastar de forma célere, não só o manto de suspeitas que escurece o universo das competições desportivas profissionais, mas ainda para que todos os procedimentos disciplinares, independentemente da sua natureza ou objeto, venham a alcançar a mais rápida resposta final possível, de molde a que tais competições se disputem, desde o dealbar da época desportiva 2017/2018, num ambiente de regularidade e estabilidade”, remata o comunicado.
Meirim justificou a quebra do silêncio com “razões ponderosas e objetivas, que reclamem a tomada de uma posição pública junto de todos os operadores do futebol e, acima de tudo, perante aqueles que veem nessa modalidade desportiva uma referência quase diária, isto é, os adeptos, os amantes do desporto e o público em geral”.
“Hoje toda a imprensa confere assinalável destaque a um conjunto de declarações e factos, de diversa natureza e origem. Refere-se ainda a investigação do Ministério Público e do CD da FPF. Assim sendo, perante este retrato público, não pode o CD deixar de se exprimir, em nome da confiança que devem merecer as instituições desportivas que exercem o poder disciplinar junto de um, como vimos, vastíssimo universo de entidades e pessoas”, prossegue.
No mesmo comunicado, Meirim recorda a abertura de um processo de inquérito, após o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter divulgado mensagens de correio eletrónico alegadamente trocadas entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-árbitro Adão Mendes.
Na terça-feira, o responsável portista, novamente no programa “Universo Porto”, do Porto Canal, revelou mensagens de correio eletrónico trocadas entre o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e o antigo presidente da LPFP Mário Figueiredo, que assegurava “estar sempre do seu lado”, assim como emails recebidos e enviados pelo assessor jurídico da SAD do Benfica, Paulo Gonçalves, sobre delegados da LPFP e árbitros.
“Perante novas declarações e notícias, foi determinado anexar esses elementos ao processo de inquérito”, sustenta o CD da FPF, acrescentando: “O mesmo sucederá amanhã perante as notícias de hoje e sempre assim será quando o CD tomar conhecimento de elementos relativos ao objeto do inquérito. Esclareça-se, aliás, que ao CD não chegou, até a este momento, qualquer denúncia, participação, queixa, seja de quem quer que seja ou mesmo anónima”.