Avançado do FC Porto contou a O JOGO várias histórias de festejos de títulos azuis e brancos, semanas depois de se sagrar campeão nacional com a camisola do clube do coração.
Gonçalo Paciência tem milhentas histórias para contar, ou não tivesse o FC Porto comemorado já 32 troféus, entre campeonatos, taças ou provas internacionais desde que o avançado nasceu, em 1994. “As recordações do velhinho Estádio das Antas são as melhores. O cheiro da relva, das cabines… Lembro-me sempre desses momentos”, recorda, sorridente, enquanto confessa que sobre a fotografia mais famosa que tem com o pai, Domingos, só se lembra de “uns flashes”: “Era pequenino… Lembro-me de estar à espera no galinheiro por cima do túnel no Estádio das Antas e depois ir para o campo ter com o meu pai, para festejar.” De título em título, as memórias foram ganhando nitidez. “Em 2003/04, entrei pela mão do Carlos Alberto. Foi através do meu padrinho, o Vitor Baía”, prossegue. O ano foi de título europeu e o guarda-redes, amigo de Domingos, ainda era o titular da baliza e meteu uma cunha junto do clube e do “Feijão”, que saiu poucos meses depois. O FC Porto é que continuou a ganhar. E Gonçalo a somar. As camisolas eram presentes regulares de Baía, até porque o pai já não jogava. As festas também não paravam. “As memórias de criança, ainda com o meu pai, são das festas nos Aliados. Não subia à varanda porque era só para jogadores, mas ia para a Baixa com a minha avó. Depois, comecei a ir com amigos, a partir do momento em que me deixavam sair sozinho de casa para ir de carro ou metro. Festejei muitos, porque a hegemonia do FC Porto foi grande e eu tive a oportunidade de ver de perto. Foi no relvado com o meu pai, foi como apanha-bolas, foi em casa, como adepto, nos Aliados…”, vai enumerando.
O craque não faz ideia a quantos jogos terá assistido ao vivo, mas não esquece os mais marcantes. “Nos 5-0 do Villas-Boas estava no meio dos SuperDragões. Ia muitas vezes para lá. Também fui na Luz, quando com o Peseiro ganhámos, 2-1. Estava emprestado à Académica e fui sozinho, sem ninguém ver, sem ninguém saber. Fui escondido, tapado”, ri.
Em 2013, no golo de Kelvin, Gonçalo estava de viagem. Matematicamente, porém, os azuis e brancos só foram campeões na semana seguinte, após vitória em Paços de Ferreira: “Vi esse jogo em minha casa, com amigos. Depois, fomos diretos de carro para os Aliados. A equipa não foi lá, mas toda a gente foi. Subi a uma cabine de autocarros para festejar lá em cima com bandeiras e cachecóis”. Este ano foi diferente. “Porque vivi de perto, estive e sofri com a equipa e fui mais um a ajudar”, interrompe. Mas também porque a festa nos Aliados não foi só dos adeptos, mas também da equipa, que voltou à Câmara Municipal, 19 anos depois. “Este campeonato tem um sabor especial e quero desfrutar ao máximo, porque não sei quando volto a ter hipóteses de comemorar algo assim. É excecional. É um prazer estar neste clube e festejar este título”, completou.