No Mais Bastidores de ontem, da TVI 24, houve um comentador pseudo-independente que se portou como o mais fiel dos cartilheiros amestrados.
Quando se começou a discutir a invenção de um ranking dos clubes mais corruptos da Europa que o Daily Mail nunca publicou mas a BTV divulgou, Rui Pedro Braz puxou de argumentos como:
1. Este caso de divulgação de uma notícia falsa altamente difamatória não passa de uma “trica” entre FC Porto e Benfica.
2. A informação veiculada na BTV é apresentada pelo convidado de um programa.
3. José Manuel Antunes nem sequer é comentador residente daquele programa.
4. A opinião de José Manuel Antunes não “veicula” (ele devia querer dizer “vincula”) o canal.
Na construção do “seu” raciocínio, Rui Pedro Braz achou provavelmente que seria um pormenor irrelevante o facto de aquele ranking pura e simplesmente não existir e de o Porto Canal já o ter provado cabalmente. Pedro Guerra dificilmente faria melhor. Mas Pedro Guerra, em abono da verdade, sendo um comentador assumidamente conotado com a turma de Carnide e tendo problemas intrínsecos de relação com a verdade e com a honestidade intelectual, pode dizer estas coisas. Um comentador que se assume como independente e isento não pode.
Mas é Rui Pedro Braz, verdadeiramente, um comentador independente e isento? Recordamos alguns factos da sua biografia:
I. Foi secretário técnico do futsal do Benfica.
II. É autor do livro “O ninho da águia”, sobre o Estádio da Luz e a alegada mística benfiquista.
III. É autor de frases como “o que eu quero mesmo é que o Benfica ganhe”.
IV. Foi comentador da BTV, canal em que se dedicou à análise de escutas do Apito Dourado.
V. São conhecidas fotos de Rui Pedro Braz a assistir a jogos em estádios entre adeptos do Benfica.
VI. É citado na lista de cartilheiros elaborada pelo Benfica.
Rui Pedro Braz pode ser benfiquista? Claro que sim. Rui Pedro Braz pode trabalhar para o Benfica? Claro que sim. Rui Pedro Braz pode ser um benfiquista fanático, ter um histórico de serviço ao Benfica e fazer comentários na qualidade de comentador isento e independente? Claro que não. Se há adjetivos que não se podem aplicar a Rui Pedro Braz, são precisamente esses: isento e independente. Perante esta realidade, cabe à TVI transferir Rui Pedro Braz para um programa do género do Prolongamento, onde pode perfeitamente desempenhar o papel de Pedro Guerra, ou removê-lo da antena. Ou cabe-nos a nós, portistas, deixar de alimentar estas fantochadas orquestradas por Carlos Janela.
Texto: Baluarte Dragão