Num país normal, jornalistas livres recusar-se-iam a fazer notícias que tinham por base a conta de twitter “Benfica Press.” Porquê? Porque contraria todas as regras básicas da liberdade de imprensa, ainda este ano aprovadas e reafirmadas no Congresso dos Jornalistas. Porque é uma conta anónima, para-institucional, com um intuito claramente incendiário, e que pretende atirar pedras escondendo a mão. Porque reitera mentiras, escritas de forma consciente e deliberada, com o objectivo de instalar o caos total, um pântano onde o Benfica supõe que poderá passar despercebido das vigarices que andou a fazer. Porque, apesar de ser institucional, não tem rosto, não responde a perguntas. Ou seja, cada notícia feita a partir desta conta é um eco e não uma notícia, transformando os jornalistas em meras caixas de ressonância do oficialismo nacional-benfiquista.
Num país normal, jornalistas livres denunciariam a hipocrisia do regime, que repete em todos os lugares estar alinhado com o discurso do Presidente da FPF, que diz-se preocupado com o “clima de violência e agressividade”, mas instala mentiras e injúrias sobre os seus adversários, cria listas falsas dos “clubes mais corruptos da história do futebol europeu”, apoia claques assassinas,…
Num país normal, jornalistas livres boicotariam esta conta e recusariam ser as prostitutas do regime. Mas o Benfiquistão não é um país normal. Os jornalistas não só aceitam fazer notícias e dedicar programas a discutir o que lá é escrito, como são capazes de equiparar o que lá é escrito ao que é dito pelos diretores de comunicação e dirigentes dos restantes clubes, que dão o corpo às balas, assumem o que dizem e estão sob a alçada disciplinar das autoridades federativas. Uma aberração editorial.
A conta “Benfica Press” veio substituir os antigos telefonemas das “fontes oficiais próximas do clube da Luz”, sempre citadas, mas nunca identificadas. É um estádio avançado do relacionamento promíscuo entre o Benfica e a comunicação social afecta ao regime. É a estratégia dos cobardolas e dos fracos de carácter.
Fonte: batalha1893