Brahimi desceu à terra, guardou as desilusões do mercado de verão na gaveta e começou a fazer-se à vida, quarta-feira, contra o Copenhaga, num FC Porto programado sem ele por Nuno Espírito Santo
Basicamente, estas são as palavras que traduzem o estado de espírito atual de um jogador que estava convencido que ia deixar o Dragão e enfrenta agora uma realidade que terá de saber encarar. Isto se quiser ouvir outras vezes a mesma ovação que lhe prestaram os super dragões, quando entrou para o lugar de Herrera, a 20 minutos do final da primeira jornada da Champions.
“Digamos que ele parte atrasado para um comboio que já vai lançado”, reconheceu François Gil, representante do internacional argelino, em conversa com O JOGO. A temporada passada do FC Porto e o rendimento de Brahimi durante esse percurso explicam que os clubes anunciados como estando interessados em contratá-lo tenham mudado as coordenadas GPS para outros alvos. Mas o contexto atual até pode ser o ideal para a evolução que François Gil espera ver.
“Tendo ele um carácter bastante orgulhoso, acredito que se sinta ferido e que este contexto até sirva para o picar e levar a relançar-se, a transcender-se, trabalhar bem nos treinos e deixar Nuno com uma dor de cabeça na hora de fazer escolhas”, apontou.
Pelos vistos, a conversa entre Nuno e o jogador não foi tema com o empresário. “Imagino que ele o tenha motivado e lhe tenha feito sentir que podia ser uma mais-valia para a equipa. Pelo menos seria aquilo que eu lhe diria, porque qualidade ele tem, só precisa de estar bem mentalmente”, frisou Gil.
“Quando diz que está a 200 por cento no FC Porto, podem acreditar, porque ele é profissional e, apesar de tudo que possa ter acontecido no mercado, vai empenhar-se a fundo, porque gosta de futebol e percebe que muito daquilo que poderá vir a ser o destino no próximo defeso passa pelo que for capaz de fazer em campo”, completa.