“Ontem no jogo que opos o Estoril ao Futebol Clube do Porto no Estadio Antonio Coimbra da Mota assistiu-se não a um jogo de futebol mas à pronta resposta da Proteção Civil que evitou uma das maiores tragédias – se não a maior – do futebol Portugues.
Dirigi-me ao jogo acompanhado do meu filho de 10 anos que movido pela paixão e pela ansia de viver este momento mais perto dos adeptos do seu clube – o Futebol Clube do Porto – me convenceu a dirigir-me para a bancada onde estariam as claques do Porto. Para meu espanto, não vi qualquer controlo do bilhete, bastou mostrar o mesmo ( em bom rigor acenar com o mesmo) e entrar pela porta 4 – apesar de o meu bilhete dizer porta 6.
Não passei por nenhum torniquete, nem qualquer tipo de controlo sobre para que bancada me haveria de dirigir.
Aquando na mesma, era claro e evidente ( as imagens televisivas demonstram-no) que a lotação da bancada ultrapassava em larga medida o recomendável. Agora, tenho a clarividência de entender quais as consequências que poderiam surgir.
Chegado ao intervalo, e quando nada o faria prever, sou sobressaltado com a informação que a bancada estaria a ceder e que seria necessária a evacuação urgente da bancada. Contrariando muito que dizem que será irresponsável ir com um menor para as ditas “claques”, certo é que de forma ordeira aquele “mar azul” abandonou a bancada – uns para fora do Estádio, outros para o relvado – inclusive auxiliando-me por estar na companhia de um menor. O meu sincero obrigado a todos os anonimos que me ajudaram.
Acabei por me retirar com o meu filho e optamos que de emoções já tinha chegado por hoje.
Todavia, há questões que coloco, que gostaria de ver respondidas por quem de direito:
– Num dia em que se realiza um espectaculo desportivo de massas e que por acto fortuito ocorreu um sismo a cerca de 100 km do local, cuidou de verificar o clube visitado sobre as condicoes das suas bancadas?
– É normal numa bancada oca destinada a albergar um numero maximo de adeptos ignorar a lotacao da mesma permitindo a entrada a quem quisesse? Nao ha a obrigacao regulamentar de instalar torniquetes? Porque não estavam operacionais? Com toda a certeza as camaras de CCTV instaladas – que espero em funcionamento – permitem corroborar a ausencia de controlo.
– Garantiu o Estoril na reuniao prévia ao jogo que estavam reunidas as condicoes de segurança para a realizacao do espectaculo desportivo? E essa garantia nasce de onde? De factos concrectos ou crença do nacional “porreirismo” que tudo estaria bem”?
As respostas “regulamentares” são obvias. O Estoril ignorou os Regulamentos ( torniquetes permitindo a sobrelotação) e – pelo menos – neglicenciou na segurança das suas instalações. Em dia de sismo, este não pode servir de desculpa, só teria que obrigar a redobrado dever de zelo e cuidado, que não acontecendo, terá que ser indubitavelmente imputado ao Estoril.
O Porto, so poderá ver secretária a vitoria que os postes negaram na primeira parte e com toda a certeza a segunda parte lhe iria atribuir ( imaginemos se a bola tivesse entrado e hoje provavelmente estariamos a assistir a uma fatalidade de enormes proporções.”
Relato de um adepto presente no estádio!