Este senhor, Rui Pedro Braz, é um dos comentadores pseudo-independentes que recebem informações do Benfica com alguma frequência. É muito importante salientar este aspeto: Rui Pedro Braz não participa em programas de futebol enquanto adepto do Benfica, como Rui Gomes da Silva, Pedro Guerra ou João Gobern; é um comentador supostamente independente que deve ter na isenção uma das pedras de toque das suas análises.
Esta semana, Rui Pedro Braz proferiu um comentário absolutamente notável sobre a expulsão de Brahimi em Braga, não sabemos se motivado por profunda ignorância ou por má fé. Considera este protocartilheiro que o FC Porto, que “tem uma estratégia de comunicação tão afirmativa, tão assertiva”, tem a obrigação de divulgar imagens que provem que Brahimi não encostou a cabeça ao quarto árbitro Tiago Antunes (ou, como ele diz, Tiago André Antunes – confessamos que não sabemos se andaram juntos na escola). Ora, em linguagem jurídica, o que Rui Pedro Braz está a exigir é uma inversão do ónus da prova. Por outras palavras: Tiago Antunes alega que Brahimi se dirigiu a si de forma ostensiva e lesiva da sua integridade; o jogador e o FC Porto contestam essa afirmação; e em vez de ser Tiago Antunes a ter de provar que a sua acusação é verdadeira, o FC Porto é que tem a obrigação de demonstrar que é falsa. Faz algum sentido? Pensemos numa situação hipotética de fora do futebol: a página Baluarte Dragão acusa Rui Pedro Braz de ter raptado Maddie McCann; Rui Pedro Braz nega; em vez de termos de ser nós, os acusadores, a provar que o dizemos é verdade, teria de ser o protocartilheiro a demonstrar que há 10 anos não esteve na praia da Luz. Não faz sentido, pois não? São os comentadores ““isentos”” que temos.
Texto: Baluarte Dragão