MAISFUTEBOL – Esta geração mais jovem é diferente. As redes sociais também mudaram o paradigma.
CLAUDIO PITBULL – Vejo-os muito preocupados com a imagem, com o que sai nas redes sociais. É verdade. No meu tempo, e um pouco antes, nós não víamos jogadores com o telemóvel no balneário a tirar selfies antes do jogo. Se eu tirasse uma selfie no balneário do FC Porto, à frente do Bicho [Jorge Costa] ou de outro, eles davam cabo de mim. Hoje há menos foco, há mais vícios. No passado era raro ver jogadores com tatuagens ou o cabelo pintado. O mais importante é jogar e muitos não jogam. A imagem está à frente de tudo.
MAISFUTEBOL – No balneário do FC Porto era impensável acontecer isso?
CLAUDIO PITBULL – Impossível. Quando comecei a jogar eu tinha respeito, quase medo, pelos mais velhos. No Grémio tinha jogadores com 15 anos de casa, no FC Porto eu via o Baía e o Jorge Costa e só podia ter respeito por eles. Hoje vamos a clubes e os mais novos parecem os donos daquilo. Não pode ser. Ter talento não chega.