Auto da polícia, escrito pelo próprio graduado da PSP envolvido no incidente, refere ainda que o homem agredido tentou tirar proveito do facto de estar a ser filmado, bem como do seu porte físico. Quanto ao homem mais velho, o texto refere que tentou impedir a detenção do filho.
Auto da detenção da PSP de Guimarães, escrito pelo próprio subcomissário envolvido nas agressões a uma família depois do jogo entre o Vitória de Guimarães e o Benfica, legitima as agressões policiais de domingo.
Segundo o conteúdo do relatório, a que o Expresso teve acesso, a PSP descreve que vários adeptos conseguiram abrir portas e sair do estádio D. Afonso Henriques. Entre eles estavam os elementos da família que é vista nas imagens da CMTV a ser agredida pelo comandante da esquadra de investigação criminal de Guimarães.
A justificação dada aos agentes por destes adeptos foi a de que as crianças estavam a sentir-se mal devido ao “esmagamento” causado pela agitação durante a saída do recinto. O adepto foi informado pelos agentes que poderia ser prestado auxilio às crianças, ignorando por completo as ajudas que lhe foram propostas, diz o relatório.
Ainda de acordo com o auto, o sujeito continuou com as injúrias, viradas em particular para o subcomissário, ameaçou-o e cuspiu-lhe na cara, adotando um comportamento sempre hostil. O adepto sabia que estava a ser filmado e tentou tirar proveito da situação, acrescenta o relatório, bem como do seu porte físico em relação ao subcomissário para dificultar a sua manietação e detenção.
As bastonadas dadas pelo subcomissário, visíveis nas imagens, estão totalmente justificadas no auto, sobretudo devido à resistência feita pelo adepto aos agentes de segurança.
Durante as imagens divulgadas pela CMTV surge também o pai do agredido. Também ele, segundo o relatório, insultou o subcomissário, tentando impedir a detenção do filho. Foi-lhe aplicada a técnica de “mãos vazias” para o afastar, refere o texto. Posteriormente, aproveitou a saída dos adeptos para se escapar às autoridades.
O subcomissário envolvido chama-se Filipe Macedo Silva e é comandante da esquadra de investigação criminal de Guimarães, apurou o Expresso. Já trabalhou em Lisboa, tendo sido comandante da esquadra de Rio de Mouro.