Para 2016/17, Pinto da Costa terá de reunir todas as garantias que puder. Peseiro depende e sempre dependeu dos resultados
O problema de Pinto da Costa, no pior momento dos seus 34 anos de presidência, será arrancar 2016/17 com o máximo de garantias que lhe for possível reunir. Depois dos tiros no escuro nas últimas épocas, o treinador é a maior de todas. E não é perdendo mais jogos do que o antecessor Julen Lopetegui ou cavando desvantagens para Benfica e Sporting que José Peseiro sossega um presidente sem um milímetro de margem de erro.
Mas Peseiro também tem objetivos próprios. Voltou a Portugal porque sempre houve uma dúvida sobre a carreira dele, desde o Sporting: teria mãos para um grande, como parecia? Ter mãos para um grande é, precisamente, a capacidade para gerir as altas pressões que só quem trabalha no Dragão, na Luz ou em Alvalade fica a conhecer. Os próximos seis jogos vão qualificar-lhe a carreira, com ou sem FC Porto a seguir.
Podemos discutir a justiça de avaliar um trabalho com tantas condicionantes: o pouco tempo para treinar, as lesões (a de André André é especialmente grave), os azares, os azares dos árbitros, a hostilidade dos adeptos, o erro de avaliação que deixou a equipa sem um ponta de lança à altura dos que sustentam Benfica e Sporting, etc., mas treinar um grande é isso: levar com todo o género de injustiças e ganhar na mesma.