Depois de ter feito a visita ao Museu do Futebol Clube do Porto no ano passado e de ter ficado completamente estarrecido com tudo o que vi, esta semana consegui roubar algum tempo ao tempo para fazer a visita ao Estádio do Dragão. E que visita.
Às vezes torna-se complicado encontrar a razão em algo tão emocional. Como aquilo que sinto pelo Futebol Clube do Porto. Mas devo confessar que fascínio talvez seja a palavra certa para descrever a experiência dos últimos dias. Depois de ter visto, ao vivo, uma grande vitória por 2×1 frente ao Chelsea, foi-me dada a possibilidade de conhecer a arena onde os valorosos dragões, ano após ano, vão lutando por vitórias.
E hoje quero falar-vos de uma simples vivência. O momento em que desci ao nível do relvado. Não se pode calcar o relvado, como já devem saber. Mas entrar ali, naquele espaço; olhar à minha volta… Os adeptos estão bem mais próximos do jogo do que aquilo que eu imaginava. Um jogador pode olhar para a bancada e reconhecer, perfeitamente, quem grita por ele jogo após jogo.
Não consigo imaginar maior motivação do que esta. Olhar à volta. Ver aqueles que jogo após jogo estão ali. Para o melhor mas também para o pior. A gritar, a apoiar. Ver os cânticos de júbilo, os festejos, os gritos de vitória. Mas também as faces de tristeza, de desilusão, de quem quer saltar para dentro do campo para tentar mudar o rumo dos acontecimentos…
Há pessoas que conseguem viver sonhos. E o sonho de ser jogador de futebol é comum a muitos mas concretizado por poucos. Estar ali dentro, pisar aquele relvado, ouvir o dragão a rugir por nós, ser a razão do seu grito audaz… Hoje, consigo finalmente perceber porque se pede que os jogadores “morram” em campo, que “suem sangue”.
E percebi porque é que é tão especial fazer parte do Futebol Clube do Porto. E descobri que a cadeira 22 também pode ser uma cadeira de sonho.
Texto de: Nuno Ribeiro Margarido para o site Bola na Rede