Se há coisa que os jogadores do FC Porto não se podem queixar é de falta de apoio, tolerância e paciência dos seus fiéis seguidores. Obviamente que os acontecimentos mais recentes (partida e chegada de Munique) são porventura os momentos mais ilustrativos disso mesmo, mas não só!
As derrotas caseiras com lagartos e lampiões tiveram sempre uma reação de alguma condescendência e conformismo, do estilo de acreditar no valor e trabalho em curso, e que o mesmo acabaria por trazer os devidos proveitos.
O primeiro treino do ano foi seguramente um dos momentos mais ilustrativos desse apoio incondicional, dessa confiança inabalável, dessa tolerância levada quase ao extremo.
Prefiro pensar desta forma e não que se trata tão somente de uma enorme perda de verdadeiros valores “à Porto”, com níveis de exigência superiores aos dos nossos adversários, precisamente por sabermos que para ganharmos algo temos que ser tremendamente melhores que os outros. Sim… é que se “ser Porto” é levar 6 e bater palmas, eu devo-me estar a tornar lampião.
Mas prosseguindo naquilo que a apoio diz respeito, a uma 2ª feira enchemos duas bancadas do Bessa como há muito não se via. Numa 6ª feira sobrelotamos o setor visitante de Braga, sendo necessário abrir um setor ao lado. Em Basileia houve uma presença de portistas que só se pode comparar a uma final europeia. Enfim, apoio atrás de apoio, confiança atrás de confiança, isto após uma época onde nada ganhamos e com uma época em curso onde também ainda nada ganhamos.
Perante isto, apetece-me perguntar: e agora?
E agora o que vão fazer no jogo que pode valer uma época?
Só há uma coisa a fazer: honrar, dignificar, agradecer e devolver em dobro, todos os esforços que têm sido feitos pelos adeptos!
Estou-me positivamente a “borrifar” para o cansaço que possam sentir (esse senti-o eu por no dia seguinte a chegar de Munique ter que ir trabalhar!); estou-me a “borrifar” para o momento psicológico da equipa (quando tenho problemas psicológicos no meu emprego, tenho que os superar sozinho, pois se estiver à espera de ajuda dos outros, a porta da rua está a um pequeno passo!); estou-me a “borrifar” para o adversário e para tudo o resto.
Este é o momento.
Este é o momento para justificarem tudo o que temos feito por vocês!
Este é o momento para justificarem tudo o que temos sofrido por vocês!
Este é o momento para justificarem tudo o que temos abdicado por vocês!
Este é o momento para justificarem tudo o que temos gasto por vocês!
Este é o momento para justificarem todos os kms, todas as noites mal dormidas, todas as refeições mal feitas que fizemos por vocês!
Há quem gaste o pouco que tem para vos ir apoiar.
Há quem prefira atrasar a renda de casa ou a conta da eletricidade para domingo lá estar.
Há quem tenha nas vossas vitórias (que são também nossas!) as poucas alegrias da vida.
Não há mais desculpas… é agora ou agora… é ganhar ou ganhar… é serem homens ou meninos!
Até domingo… no sítio do costume!
Fonte: Bibó Porto