A publicação recente do relatório detalhado da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do FC Porto para o primeiro semestre de 2023/24 tem gerado bastante controvérsia, especialmente devido a um empréstimo conseguido pela sociedade no passado dezembro.
O relatório apresenta uma lista de empréstimos em vigor, nela incluído está uma operação de factoring realizada com a Connect Capital em abril de 2023. A operação refere-se a um financiamento de 14,5 milhões de euros, com uma taxa de juro fixa e de pagamento antecipado, cujo prazo estende-se até janeiro de 2029.
Este é o empréstimo com prazo mais longo atualmente em vigor, uma vez que a maioria dos outros se estende apenas até 2025, com a exceção do empréstimo obrigacionista 2022-2025 que tem uma data de vencimento em dezembro de 2026. Do total de 14,5 milhões de euros, 1,45 milhões referem-se a despesa corrente e os restantes 13,05 milhões a despesa não corrente.
Esta operação tem sido fonte de controvérsia devido à envolvência de João Rafael Koehler. Este empresário do Porto tem ligações próximas com a administração da SAD do FC Porto e é considerado como potencial candidato para integrar a equipa de gestão de Pinto da Costa na próxima corrida para a liderança dos dragões, marcada para dia 27 de abril.
João Rafael Koehler é um dos proprietários e gestores da Connect Capital, ao lado do empresário Paulo Caetano, tendo sido nomeado para a equipa de gestão a 17 de abril de 2023, mês no qual foi formalizado o empréstimo em questão. Importa referir que a Connect capital tem ainda no seu historial uma operação de factoring anterior com a SAD do FC Porto, realizada em junho de 2020, no valor de 14,5 milhões de euros, cuja data de vencimento foi em outubro de 2022.
A Quadrantis, uma empresa de investimento de capital e risco e parte do universo empresarial de João Koehler, está também na disputa pelos direitos centralizados de transmissão televisiva da Liga Portugal. O consórcio, que inclui a 777 Partners, Apollo e KPMG, avalia o campeonato português em 2,5 mil milhões de euros e propõe 500 milhões de euros por 20% da Liga Centralização.
Foi solicitado a João Rafael Koehler um comentário acerca desta situação, sendo que este prometeu responder mais tarde.