Empresário explicou numa nota enviada a O JOGO o contrato de factoring realizado entre o FC Porto e uma empresa da qual é gerente
O financiamento de 14,5 M€ de euros efetuado em abril de 2023 pela empresa Connect Capital, da qual João Rafael Koehler é gerente, com o FC Porto suscitou alguma polémica após a divulgação do relatório e contas do primeiro semestre de 2023/24 dos dragões.
Contactado por O JOGO no sentido de prestar esclarecimentos sobre o caso, o empresário, que tem sido associado à lista “Todos pelo Porto”, liderada por Pinto da Costa, começou por declarar, numa nota de Imprensa, que tem “muito orgulho em poder dizer” que apoiou o clube que apoia “quando ele precisou”.
“Foi em momentos difíceis, e numa altura em que muitos outros recuaram, que um conjunto de empresários, onde me incluo, decidiu apoiar o Futebol Clube do Porto através de um financiamento. Fi-lo, por exemplo, na subscrição de papel comercial. Fui eu que sugeri o nome de AVB para subscrever um desses financiamentos, onde o então treinador investiu 500 mil euros, exatamente nas mesmas condições de juros de todos os outros investidores. E posso dizer mais. Foi o que menos investiu e foi o primeiro a ‘abandonar’ o financiamento, recebendo o capital investido, acrescido dos juros. Antes de qualquer outro investidor”, começou por explicar Koehler.
O contrato de factoring, detalhado no documento financeiro do FC Porto e muito discutido nas redes sociais, surgiu, segundo o empresário, pelo facto de “os bancos nacionais” não estarem a “financiar os clubes”. “O FC Porto, ao contrário de outros, nunca teve perdões de dívida. Assim, a FC Porto SAD, tem sido obrigada a recorrer a outros instrumentos de financiamento. Na época desse financiamento (o contrato foi celebrado em abril de 2023 através da Connect Capital), a FC Porto SAD pretendia fazer um acordo com uma maturidade alargada (7 anos). Os parceiros internacionais apenas aceitavam quatro anos, e a pedido da direção da SAD assumimos o risco e aceitamos fazer este financiamento para responder às necessidades do Futebol Clube do Porto. Tratou-se de uma operação transparente e em condições de mercado”, sublinhou.
Koehler afirma que o fez “na altura” e que o voltará a fazer “sempre” que o FC Porto precisar. “E acredito que, por amor ao Clube, muitos dos outros investidores me acompanharão. No entanto, posso desde já garantir, que, se algum dia exercer algum cargo no Clube ou na SAD, nenhuma das empresas onde estou presente/ participo fará acordos com o Clube e/ou com a SAD”, esclareceu, considerando “estranhos tempos estes em que aqueles que apoiam o Clube são criticados em público”. “Em vez de tudo criticarem, convido todos os elementos de outras candidaturas a mostrarem o seu apoio real ao FC Porto”, finalizou.