Miguel Guedes, comentador afeto ao FC Porto, admite que os dragões passam por uma “crise profunda”, mas alerta que a massa associativa não pode entrar no mesmo estado da equipa.
“É como a Lei de Murphy. As coisas têm corrido de mal a pior. É um momento de crise profunda. Num momento de crise, a pior coisa a fazer é convocar o drama. Podemos ganhar a Taça de Portugal, o que é pouco para o FC Porto, mas se adensarmos o drama entramos em desorientação. É isso que está a acontecer desportivamente.
Não se pode passar um sentimento de que não há volta a dar. O FC Porto bateu no fundo, mas desportivamente. O FC Porto não é só futebol, é um clube. A família portista não pode sentir a desorientação que a equipa sente em campo. Estaremos muito mais longe de encontrar uma solução”, comentou no programa Trio d’Ataque, na RTP3.
Guedes considera que os males não são de agora e criticou duramente a passagem de Lopetegui pelo Dragão: “Não são erros pontuais, desta época, mas de épocas transatas. O FC Porto tem de provocar a mudança. A equipa está perdida, descrente, não tem confiança. Seja quem for que toque na equipa não fará muito melhor do que Peseiro. Depois de passarmos um ano e meio a fingir que jogávamos futebol, quando apenas nos estávamos a resguardar das nossas fraquezas. Não é só não ganhar, é colocar a equipa num estado tão apático que não consegue reagir. Com Lopetegui, o FC Porto aguentava-se com um futebol conservador. O ADN do FC Porto, de combatividade, de raça, foi-se perdendo no meio desse futebol estéril e agora é muito difícil dar a volta”.
Confiança em Pinto da Costa
Apesar de toda a insatisfação portista em torno da equipa, Miguel Guedes salientou que Pinto da Costa continua a ter todas as condições para dar a volta ao estado das coisas.
“Não tenho memória de ver o FC Porto neste profundo estado de letargia, de parecer que não há outra solução que não isto. Essa ideia tem de estar fora da nossa análise. Desportivamente tudo é reversível. Há que aprender com os erros. Pinto da Costa sabe – e eu também considero – que não há nada nem ninguém melhor do que ele para dar a volta e colocar o FC Porto num patamar de – já não digo de hegemonia – mas de vencedor e de sucesso”, concluiu.