Francisco J. Marques comentou na noite de terça-feira o controlo antidoping efetuado a FC Porto, Benfica e Sporting.
Francisco J. Marques comentou na noite de terça-feira o controlo antidoping efetuado a FC Porto, Benfica e Sporting, defendendo que os dragões têm razões de queixa do procedimento. “Mais uma vez o FC Porto tem razões de queixa. A ADoP (Autoridade Antidopagem de Portugal) enviou dois técnicos para o centro de treinos do FC Porto e eles chegaram lá de manhã e saíram depois das 19 horas. Controlaram os 27 jogadores do plantel a urina e a sangue, inclusive os lesionados e um jogador que não estava lá, por se encontrar em repouso e teve de ser chamado. Esta demora deveu-se por duas razões. Primeiro: a burocracia destes controlos é imensa – preencher os formulários de cada jogador demora 15 minutos e isso dá 6h45 para todo o grupo. Depois, só foram dois técnicos, enquanto que ao Benfica e ao Sporting foram cinco e só estiveram de manhã”, começou por explicar sobre o tema o diretor de comunicação e informação do clube.
“Perante isto, o Dr. Nélson Puga enviou um e-mail ao Dr. Rogério Jóia, presidente da ADoP. Começa por dizer que o FC Porto sempre colaborou e colaborará com estas ações de antidoping e depois queixa-se do tempo que demorou, porque cria uma série de problemas. E começa a elencá-los: ‘não pudemos fazer as rotinas de tratamento de muitos jogadores, que, nesta fase adiantada da época, por terem lesões crónicas, têm necessidade de realizar; não pudemos realizar os habituais exercícios preventivos de ativação antes do treino que fazemos diariamente; não pudemos fazer as habituais medidas de recuperação após treino e que ajuda a diminuir o risco de lesão e ajuda a recuperar para os treinos e jogos seguintes. Pensámos ser injustificável isto ter acontecido, em parte, devido ao insuficiente número de elementos da ADOP a realizar o controlo antidoping a 27 jogadores, com análise ao sangue e à urina, num dia apenas. Apenas dois elementos da ADOP de manhã e dois da parte da tarde. Nada a dizer ao empenho e os esforços que os todos elementos da ADOP realizaram em relação ao seu trabalho, que foi ininterrupto e em incumprimento dos regulamentos. Qual o motivo de não levar mais elementos da ADOP. Relembro que, para cada jogo de futebol, vai um elemento da ADOP para controlar quatro jogadores. Neste caso foram dois para 27 jogadores. Realço que o último jogador saiu do centro de treinos depois das 19 horas. Porquê a necessidade de realizar tudo num único dia? Para minimizar o impacto negativo e os atrasos provocados por estas ações, ou levam mais elementos ou espaçam-se por vários dias a realização destas ações. Pelo menos no que concerne às análises referentes ao passaporte biológico. Por que não se alivia a carga burocrática do preenchimento de tantos formulários? Continuo à disposição de colaborar nas ações antidopagem promovidas pela ADOP e renovo as intenções de o convidar a visitar-nos, para estreitar relações e para perceber que a luta contra a dopagem e a verdade desportiva é muito a luta que sempre me caracterizou, bem como o clube que representou. Os melhores cumprimentos, Porto 27 de Abril'”, contou Francisco J. Marques, anunciado depois a resposta.
“Recebeu resposta do Dr. Rogério Jóia no dia 30 de abril. ‘Meu caro Dr. Nélson Puga. Espero que este e-mail o encontre bem. Li com toda a atenção as suas palavras e tenho a dizer-lhe que, quando o atual presidente da ADOP já não for presidente da ADOP e voltarem os tempos antigos, da verdade do combate ao doping, onde apenas se realizavam amostras à urina e a dois atletas sorteados de todos os que estavam a treinar, tudo voltará a estar em harmonia'”.
“Isto foi a resposta do Dr. Rogério Jóia, que devia ter vergonha que, perante uma série de argumentos, tenha respondido com ironia e brincadeira. Isto é um assunto muito sério. E se o Dr. Rogério Jóia estivesse preocupado com estas questões, o que devia fazer era, quando faz estas megaoperações, que são para os média, devia dizer: fomos ao clube A, B e C. Neste contolámos x jogadores, naquele x e no outro x. Transparência. No FC Porto foram controlados os 27 jogadores. E nos outros? Foram todos? É que já corre por aí que não foram todos, que existiram jogadores que faltaram. Não sei se é verdade ou não. Mas se a ADOP quer tornar as coisas claras e transparentes, que diga. O Dr. Rogério Jóia devia preocupar-se era com o facto de no seu mandato o ADoP ter perdido a certificação. E sabem porquê? Porque as análises que deviam ter resultados em 15 dias, demoravam três meses. Depois não havia os aparelhos mais recentes; não havia funcionários que chegassem. De quem é a responsabilidade da ADoP? É do IPDJ. Isto vai dar sempre tudo ao mesmo. Além disso, há muita coisa que se diz por aí que fosse bom que não se dissesse: que se perderam análises ao serem enviadas para Barcelona, por exemplo. E não são análises de jogadores do FC Porto. São de outros clubes… no singular. É, mais uma vez, um comportamento inaceitável de alguém que está a cumprir uma função do Estado. Isto é o Estado português. Esta resposta não é admissível. A argumentação do dr. Nélson Puga pode ser contestada, mas, acima de tudo, de uma forma racional e, acima de tudo, decente. Este resposta é indecente e um desrespeito ao Dr. Nélson Puga e ao FC Porto”, terminou, numa intervenção no programa Universo Porto da Bancada, do Porto Canal.
Fonte: Ojogo.pt