Como era natural que acontecesse ao fim de três anos sem título, e numa época especialmente dececionante, os sócios do FC Porto manifestaram-se. Fizeram-no com a moderação esperada de quem põe a devoção a Pinto da Costa acima de tudo. Quem conhece os portistas e viveu as últimas três décadas sabe que, no deve e haver, o crédito do presidente é tão grande que não podia ser de outra forma. Mas a contestação e a tristeza existem, como existe, nos adeptos, o impulso para mudarem o que estiver ao alcance deles. Apesar de nada nem ninguém os proibir, não está ao alcance dos portistas afastar Pinto da Costa; só fazer-lhe chegar uma mensagem de amargura e inquietação. Os jornais não a inventaram. O JOGO, que o presidente do FC Porto pôs ontem à cabeça de uma campanha pelo voto nulo, não a inventou: retratou-a, tal como retratou as enormes vitórias destas três décadas e sem contribuir, nem para umas nem para outras, de outra forma que não seja o melhor jornalismo que lhe é possível praticar.
A opinião de José Manuel Ribeiro, diretor d’O JOGO